O pedido do procurador é "ultrajante", afirmou Biden numa declaração, argumentando que "independentemente do que o procurador insinua, não há equivalência entre Israel e o Hamas, nenhuma".

"Estaremos sempre ao lado de Israel contra as ameaças à sua segurança", sublinhou.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, descreveu o anúncio do procurador do TPI como "vergonhoso", acrescentando que "poderia comprometer" as conversações de cessar-fogo em Gaza.

"Rejeitamos a equivalência estabelecida pelo procurador entre Israel e o Hamas. É uma vergonha", declarou Blinken, em comunicado.

"O Hamas é uma organização terrorista violenta que perpetrou o pior massacre de judeus desde o Holocausto e continua a manter dezenas de pessoas inocentes como reféns, incluindo norte-americanos", adiantou.

O TPI "não tem jurisdição" sobre Israel, frisou ainda.

No oitavo mês de guerra na Faixa de Gaza, o procurador do TPI, Karim Khan, pediu hoje mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, bem como para três dirigentes do Hamas, por alegados crimes contra a humanidade.

Khan justificou o pedido de mandados de captura para os governantes israelitas por crimes como "fazer civis passar fome deliberadamente", "homicídio intencional" e "extermínio e/ou morte".

As acusações contra os líderes do Hamas, incluindo o seu líder em Gaza, Yahya Sinouar, incluem "extermínio", "violação e outras formas de violência sexual" e "tomada de reféns como crime de guerra".

O atual conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque sem precedentes dos islamitas palestinianos do Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 35 mil mortos, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas.

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Lusa/fim