"O congresso entendeu eleger por unanimidade e aclamação o general Ossufo Momade como candidato às presidenciais do próximo dia 09 de outubro. Portanto, sim, o general Ossufo Momade foi eleito presidente do partido e candidato da Renamo para as eleições presidenciais de 2024", disse à Lusa José Manteigas.

Ossufo Momade já tinha concorrido a Presidente da República, com o apoio da Renamo, nas eleições de 2019, tendo ficado em segundo lugar, com 21,88%, numa votação que reelegeu Filipe Nyusi como chefe de Estado, com 73% dos votos.

O conselho jurisdicional da Renamo confirmou na sexta-feira a eleição de Ossufo Momade como presidente do partido, que lidera desde 2019, obtendo 57% dos votos no congresso que decorreu desde quarta-feira em Alto Molócue, província da Zambézia, garantindo assim novo mandato de cinco anos.

O reeleito presidente garantiu que conta com os restantes candidatos que disputaram a liderança do maior partido da oposição no congresso e que "ninguém pode ficar de fora".

"Eu agradeço e prometo trabalhar com todos. Todos os candidatos. Para que possam alinhar connosco, ninguém pode ficar de fora", afirmou, ao discursar no congresso, na sexta-feira, após a proclamação dos resultados oficiais.

"Todos nós temos que trabalhar juntos (...) A partir de hoje, eu vou trabalhar com todos, não vou discriminar a ninguém. Aqui não existem adversários, não existem inimigos, mas sim a democracia interna", acrescentou.

Os dados validados pelo conselho jurisdicional confirmaram a vitória de Ossufo Momade com 382 votos, entre nove candidatos.

Estavam inscritos para votar no sétimo congresso da Renamo 710 elementos do partido e registaram-se 674 votos expressos em urna, incluindo 26 abstenções, quatro nulos e seis em branco.

A Renamo é liderada desde 17 de janeiro de 2019 por Ossufo Momade, 63 anos, eleito após a morte do líder histórico do partido, Afonso Dhlakama (1953-2018).

Elias Dhlakama, irmão do líder histórico do partido, recolheu 147 votos e Ivone Soares, deputada e antiga chefe de bancada parlamentar, a primeira mulher a concorrer à liderança da Renamo, 78 votos, segundo os dados do conselho jurisdicional.

O congresso ficou marcado pela exclusão da candidatura à liderança de Venâncio Mondlane, deputado e candidato do partido nas eleições autárquicas de outubro de 2023 ao município de Maputo, por não cumprir os requisitos do perfil definido pelos órgãos do partido.

Mondlane ainda recorreu aos tribunais para forçar a inclusão da sua candidatura, mas, apesar de uma providência cautelar que foi aceite pelo tribunal, o congresso não alterou a lista de candidatos submetidos à votação nem permitiu a sua entrada na reunião magna.

Moçambique realiza em 09 de outubro eleições gerais, que incluem, além de legislativas e provinciais, presidenciais, às quais já não pode concorrer o atual Presidente, Filipe Nyusi, por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.

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