No comunicado, assinado pelo secretário-geral da Frente de Libertação do Estado de Cabinda- Forças Armadas Cabindesas (FLEC-FAC), Jacinto António Télica, os independentistas dizem que na operação participam mais de cinco mil militares, distribuídos nas matas do Maiombe e ao longo da fronteira entre Angola e a RDCongo.

A FLEC-FAC alega que, durante a operação, hoje, na aldeia de Mbaka-Nkosi, junto à fronteira, "os soldados das Forças Armadas de Angola estupraram as mulheres sob ameaça das armas e espancaram os homens que tentavam defender as suas mulheres e filhas".

Os independentistas reiteram a condenação às "múltiplas violações e ataques aos direitos humanos e direito humanitário em Cabinda".

No comunicado, a FLEC-FAC condena ainda a "repressão selvagem em curso em Cabinda, perpetrada pelo regime do Presidente de Angola, João Lourenço, sobre a população do enclave" e reiteram o apelo à ONU e à União Europeia "para agirem com urgência a fim de se por termo a essa repressão e responsabilizar as autoridades angolanas" pelas "constantes violações permitindo assim a livre expressão da população" de Cabinda.

A operação militar conjunta é contextualizada pela FLEC-FAC pela "derrota militar no campo de batalha".

A FLEC mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protetorado português - tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 - e não parte integrante do território angolano.

O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de ações de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, sublinhando sempre a unidade do território.

EL // JMC

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