Dor muscular generalizada, dificuldade de concentração, cansaço, rigidez no corpo, sobretudo ao acordar pela manhã ou após permanecer muito tempo parado e síndrome do intestino irritável são possíveis sintomas de fibromialgia.

A doença é mais prevalente no sexo feminino e caracteriza-se por dor crónica generalizada, não apenas articular, mas também muscular e a nível dos tendões, associada a insónia e a um sono não reparador. “O prolongamento destes sintomas deve deixar o médico de família em alerta para a possibilidade de se tratar de fibromialgia”, afirma Daniela Faria. “O especialista em Medicina Geral e Familiar tem a mais-valia de conhecer os utentes, o que permite um diagnóstico mais atempado”, acrescenta.

A reumatologista realça, ainda, que face a esta sintomatologia, é importante referenciar para Reumatologia. “O diagnóstico diferencial deve ser feito pelo reumatologista, mas, isso não significa que o acompanhamento do doente não possa ser feito pelo médico de família.”

Daniela Faria frisa que se trata de uma doença crónica, que pode inclusive “condicionar a capacidade de trabalhar, dependendo da gravidade dos sintomas e do tipo de trabalho em questão”.

O tratamento da fibromialgia requer uma abordagem holística, ou seja, mais geral e multimodal, que abrange intervenções tanto farmacológicas como não farmacológicas. Além disso, “é essencial que o próprio doente compreenda e esteja bem informado sobre a doença, incluindo possíveis desencadeadores de crises, pois isso é fundamental para gerir eficazmente esta patologia”.

A fibromialgia pode ainda causar sintomas cognitivos, que são muito frequentes, como dificuldade de concentração, défice de atenção e alterações ligeiras da memória, mas cuja progressão pode ser controlada.

MJG

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