"Os resultados líquidos registaram um crescimento expressivo de 7,3%, relativamente ao ano de 2022, tendo atingido um novo máximo histórico de 1.929 milhões de escudos (17,4 milhões de euros)", lê-se no relatório e contas consultado hoje pela Lusa.

A evolução dos resultados beneficiou do crescimento de 2,3% do produto bancário, graças ao "bom desempenho da margem financeira, que cresceu 8,7%", e também do "desagravamento no registo de imparidades", lê-se na mensagem dos presidentes do conselho de administração, Manuela Ferreira, e da comissão executiva, Francisco Santos Silva.

As pressões inflacionistas travaram um desempenho ainda mais expressivo, porque os custos operacionais aumentaram 8%, "anulando o impacto do crescimento do produto bancário nos resultados de exploração" e "provocando um ligeiro agravamento do rácio de eficiência (cost-to-income) de 49,4% para 52,2%".

O ano de 2023 ajudou a reforçar a robustez do BCA, lê-se no relatório, com o rácio de solvabilidade a aumentar para 29% (era 26,5% em 2021 e 28,2% em 2022).

O crédito vencido evidenciou um decréscimo muito significativo, de quase 18%, resultado de reestruturações e resolução "de alguns processos mais antigos": o rácio de crédito vencido passado reduziu-se de 7,7% em 2022 para 6,2% em 2023.

Ao mesmo tempo, "a carteira de crédito normal cresceu 4,5%, com destaque para os segmentos de empresas privadas e particulares, o que representou o maior crescimento da carteira de crédito normal registado nos últimos 10 anos".

Os depósitos de clientes aumentaram 1,4%, "denotando um abrandamento do ritmo de crescimento comparativamente a 2022, mas continuando a contribuir para reforçar a situação de liquidez bastante favorável do BCA".

A administração propôs a distribuição de 75% do lucro pelos acionistas, levando o restante para reservas.

O sistema financeiro cabo-verdiano conta com oito bancos comerciais e a CGD anunciou em março que vai vender a participação maioritária no BCA à Coris Holdings do Burquina Faso.

A concretização da mudança ainda não tem data, dependendo de várias formalidades de direito cabo-verdiano que estão em curso.

A venda será feita por 70,5 milhões de euros e "caso se venha a confirmar o preço global, este deverá gerar mais-valias da ordem dos 15,79 milhões de euros", acrescentou a CGD.

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