A agência de notação financeira norte-americana tem prevista para hoje uma avaliação à dívida da República Portuguesa, depois de em novembro ter subido o 'rating' para 'A3', com perspetiva estável.

"Não me parece que faça qualquer alteração", prevê o presidente da IMF -- Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia.

Por seu lado, o economista sénior do Banco Carregosa Paulo Rosa considera que "eventualmente a Moody's manterá o 'rating' em "A3", mas é possível que o 'outlook' [perspetiva] seja revisto em alta para positivo".

"A Moody's reiterará, com certeza, a contínua confiança na tendência positiva das contas públicas certas em Portugal, mas não deixará de mencionar, muito provavelmente, que um governo suportado por uma coligação minoritária pode ser um sinal de fragilidade no reforço dessa mesma trajetória de baixa do rácio da dívida pública portuguesa face ao PIB nominal", aponta Paulo Rosa.

Para o economista, um governo suportado por uma coligação minoritária pode travar temporariamente revisões em alta da classificação de crédito da República Portuguesa.

Já Filipe Garcia assinala que, pela positiva, a Moody's "poderá dar destaque ao comprometimento do novo Governo com a disciplina nas contas públicas e à trajetória de crescimento da economia, melhor do que a média europeia, ainda que pior do que dos países da coesão".

No entanto, pela negativa, "poderá ser notado o risco de instabilidade governativa e potencialmente orçamental, bem como a aprovação de medidas despesistas à revelia do Governo".

Entre as outras principais agências, a Standard & Poor's avalia a dívida soberana portuguesa em 'A-', com perspetiva positiva, a Fitch em 'A-', com perspetiva 'estável', e a DBRS em'A', com perspetiva 'estável'.

A próxima agência de notação financeira a pronunciar-se sobre Portugal será a DBRS em 19 de julho.

O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

Os calendários das agências de 'rating' são, no entanto, meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.

AAT // JNM

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