"A Madeira tem tido um grande crescimento económico nos últimos anos, mas isso não tem tido reflexos na realidade social. A realidade social da Madeira não é boa", afirmou José Manuel Rodrigues em declarações à agência Lusa no primeiro dia de campanha eleitoral, numa iniciativa que decorreu na Igreja da Boa Nova, no Funchal.

Os centristas estiveram a contactar com a população após a missa, "esclarecendo as pessoas" sobre as suas propostas e defendendo que votar no CDS-PP "é um voto seguro", disse.

O cabeça de lista realçou que, atendendo à realidade de pobreza na Madeira e de salários abaixo do valor médio do país, o CDS-PP apresenta como duas "grandes propostas" o aumento de rendimentos e, por outro lado, a redução de impostos.

"Temos que subir os salários de acordo com os parceiros sociais e negociar na concertação social para o valor médio do país, mas também temos que atuar do lado dos impostos", sublinhou.

O partido propõe a aplicação do diferencial fiscal de 30% em relação ao continente, previsto na Lei das Finanças Regionais, em todos os escalões de IRS e no IVA. Atualmente, este diferencial é apenas aplicado nos primeiros quatro escalões do IRS.

No caso do IVA, indicou José Manuel Rodrigues, os centristas propõem no seu programa eleitoral que seja reduzido gradualmente até ao final da legislatura, perfazendo os 30% de redução.

"A Madeira tem tido recordes de receita fiscal, nunca se arrecadou tanta receita de impostos como agora, isto devido ao crescimento económico. Então está na altura também de o Governo [Regional] devolver rendimento às famílias e aos cidadãos", sustentou o centrista, que desempenha desde 15 de outubro de 2019 o cargo de presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.

"Até porque estamos a atravessar um período muito difícil, em que há um empobrecimento da classe média e isso deve-se sobretudo à inflação com que fomos confrontados até ao momento, à subida das taxas de juro, que naturalmente tira rendimento às famílias e muitas delas estão asfixiadas fiscalmente", reforçou.

As legislativas da Madeira decorrem em 26 de maio, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.

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