"Não há razão, de natureza técnica ou científica, que justifique impedimentos à comercialização de medicamentos de venda livre em quiosques, gasolineiras, postos de correio, cafés, restaurantes e outros pontos de venda por natureza próximos das populações, alargando substancialmente o acesso e a concorrência", refere a ANF, num comunicado enviado à agência Lusa.
Na nota, as farmácias portuguesas lembram que em 2005 foi permitida a venda de medicamentos sem receita médica fora das farmácias e que a medida prometia "beneficiar o consumidor com maior acessibilidade e preço mais baixo" devido à concorrência.
"Uma década volvida, os resultados alcançados estão longe dos objetivos esperados", sublinha a ANF no documento, sustentado no relatório mensal de análise de mercado do Infarmed.
Aquele relatório, segundo a ANF, refere que o aumento da acessibilidade não se concretizou, o preço daqueles medicamentos aumentou e que o mercado está concentrado em apenas "três entidades".
"As farmácias portuguesas sempre sustentaram que o nosso país deveria manter um modelo de acesso a medicamentos baseado na farmácia e no farmacêutico. Contudo, perante a opção política tomada há dez anos, de disponibilizar medicamentos fora de farmácias, então mais vale maximizar as potencialidades de acesso e concorrência que existem nos países com este modelo", sublinha.
Entretanto, hoje, o ex-bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, José Aranda da Silva, propôs o alargamento da lista de medicamentos não sujeito a receita médica, para aumentar o acesso dos doentes às terapêuticas e poupar dinheiro ao Serviço Nacional de Saúde.
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