Em nome dos contestatários a Domingos Simões Pereira, José Saico Baldé, que se apresentou como dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), acusou Simões Pereira de "desvio de fundos, delapidação do erário público e desrespeito aos estatutos" do partido.
Baldé falava aos jornalistas à margem de uma conferência de imprensa promovida pelos dirigentes do PAIGC que contestam a liderança de Domingos Simões Pereira, entre os quais os deputados do partido que no passado dia 23 deste mês se abstiveram no momento dos debates do Programa do Governo no Parlamento.
"Somos dirigentes, militantes e simpatizantes do PAIGC preocupados com o mau comportamento do líder do partido que enganou toda gente em como era capaz de organizar o PAIGC", afirmou José Saico Baldé.
O grupo entende que o partido, que venceu as últimas eleições legislativas no país, com uma maioria absoluta, mas afetado por disputas internas, tem apenas 36 meses para se preparar para um novo embate eleitoral.
"Se Domingos Simões Pereira não se retirar (da liderança do PAIGC), vamos mostrar-lhe que não é ninguém", avisou José Saico Baldé.
Fonte da direção do PAIGC disse à Lusa que o partido não pretende reagir "por enquanto", remetendo qualquer posicionamento para depois das reuniões do ´bureau´ político, que hoje decorre, e do Comité Central, previsto para terça-feira.
Já numa nota lida à imprensa, o grupo de contestatários a Domingos Simões Pereira pediu ao Presidente guineense, José Mário Vaz, para que demita o atual executivo se no dia 05 de janeiro o primeiro-ministro, Carlos Correia, não voltar ao parlamento com o novo Programa do Governo.
A direção do PAIGC considera que o Programa do Governo foi aprovado na votação do passado dia 23 deste mês, porque 45 deputados votaram a favor do documento, nenhum votou contra e houve 56 abstenções.
Para o PAIGC, o regimento do Parlamento guineense diz que as abstenções não contam para o apuramento da maioria, posição rejeitada pelos contestatários para quem a "votação foi clara".
O Programa do Governo foi rejeitado pelo Parlamento, dizem os contestatários à direção do PAIGC pelo que, avisam, o primeiro-ministro, Carlos Correia, tem até dia 05 de janeiro para voltar a apresentar novo documento aos deputados, sob pena de ser demitido.
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