Em comunicado, o Corpo Nacional de Intervenção Civil (CNIC), que defende ser urgente traçar um plano de salvaguarda do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), manifesta-se "preocupado" com o que considera ser a "situação de insustentabilidade operacional do INEM".
Pede, por exemplo, "o alargamento de 85 para 100 dos elementos a recrutar pelo INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica], no concurso de recrutamento de tripulantes de ambulâncias de emergência em curso, bem como uma análise à moldura atual do SIEM".
A tomada de posição do CNIC surge depois de os técnicos do INEM terem convocado, para hoje, uma vigília contra a degradação das condições de trabalho, recusando continuar a fazer turnos extras.
Como consequência da recusa em fazer turnos extras, pelo menos seis das 17 ambulâncias existentes em Lisboa estão paradas, pondo em risco o socorro à população.
"Não é compreensível, e/ou aceitável, que se chegue a uma situação de rotura da capacidade operacional que, nos últimos dias, tem sido tornado pública", diz o CNIC, acrescentando não compreender como é que o INEM deixou que a situação chegasse a este ponto, apesar de já ter anunciado o reforço dos meios de emergência.
Nesse sentido, o CNIC pede que seja esclarecido qual a participação que a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) têm no SIEM, cuja gestão é da responsabilidade do INEM.
"Esta situação é pertinente na medida em que, com investimento que foi feito pelo INEM nos últimos anos, desconhece o CNIC o que sucedeu com os meios da PSP. Relativamente aos meios de emergência médica da GNR, o CNIC declara-se surpreendido com tal existência", lê-se no comunicado.
Por isso, entende que é da exclusiva responsabilidade do INEM a situação de rutura, que levou à convocação da vigília, culpando o organismo por não ter conseguido fazer uma leitura dos "indicadores de excessivos turnos extras realizados pelos tripulantes de ambulância do INEM".
O CNIC conclui dizendo estar preocupado com "a instabilidade que esta situação trará aos habitantes das áreas afetada pela redução de meios de socorro".
SV (AL) // EL
Lusa/Fim