As cerimónias estão marcadas para terça-feira, em Lisboa, na Casa de Trás-os-Montes, e na quarta-feira, na Casa da Cultura de Sendim, no distrito de Bragança, onde os amigos poderão prestar homenagem lendo textos da autoria de Amadeu Ferreira ou simplesmente estando presentes, informou a família numa nota enviada à Lusa.

Amadeu Ferreira, considerado um dos maiores escritores e investigadores do mirandês, a segunda língua oficial em Portugal, morreu hoje em Lisboa, vítima de cancro no cérebro. Por vontade do próprio, o corpo será cremado e não haverá cerimónias fúnebres, indicou a família.

Amadeu Ferreira nasceu a 29 de julho de 1950 em Sendim, Miranda do Douro. Era presidente da Associação de Língua e Cultura Mirandesas (ALCM), presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes, vice-presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Bragança e, desde 2004, comendador da Ordem do Mérito da República Portuguesa.

O também jurista é autor e tradutor de uma vasta obra em português e em mirandês, onde assinava com os pseudónimos Fracisco Niebro, Marcus Miranda e Fonso Roixo.

Amadeu Ferreira deixa obras científicas e literárias, desde a área do direito à poesia.

Traduziu para a língua mirandesa obras como "Os Quatro Evangelhos", "Os Lusíadas", de Luís Vaz de Camões, "Mensagem", de Fernando Pessoa, dois volumes de "Astérix", obras de Horácio, Vergílio e Catulo, entre muitos outros.

Foi, além disso, colaborador, sobretudo em mirandês, de diversos meios de comunicação social e publicou mais de três mil de textos, quase exclusivamente literários, em blogues.

A sua biografia e o seu mais recente livro, "Belheç / Velhice", têm lançamento marcado para quinta-feira, na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.

Neste último trabalho, o escritor utilizou o seu pseudónimo mais comum Fracisco Niebro.

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