Apesar de afetar países vizinhos, o surto do vírus Ébola que há cerca de um ano eclodiu na África Ocidental não chegou à Guiné-Bissau.

"As fronteiras estão abertas, mas as pessoas continuam a passar por vias secundárias, pelo que pedimos bom senso: é preciso que passem [pelos postos]", onde há vigilância médica, explicou Cristóvão Manjuba, dirigente do Ministério da Saúde.

Um apelo feito porque "o maior problema em termos de prevenção, com que nos devemos todos preocupar, é conseguir abordar e confinar o primeiro caso suspeito, para evitar a propagação", sublinhou.

"Se o nosso sistema de vigilância não for capaz a tempo e horas de detetar isso, vamos correr o risco de a doença se propagar para várias regiões do país", alertou Cristóvão Manjuba.

Aquele responsável falava hoje em conferência de imprensa, nas instalações do Ministério da Saúde, em Bissau, após um encontro de diversas autoridades para fazer um ponto de situação sobre as ações de prevenção face à ameaça do vírus.

Segundo referiu, os números mantêm-se como em novembro: desde o início do surto, há cerca de um ano, a Guiné-Bissau registou 16 casos suspeitos, ou seja, casos que levaram à intervenção de uma equipa de resposta rápida estacionada na capital e criada com o apoio dos Médicos Sem Fronteiras.

Nenhum dos casos suspeitos era infeção pelo vírus Ébola.

As autoridades nacionais e internacionais envolvidas na prevenção estão a partir deste mês a por em marcha uma versão melhorada do plano de prontidão criado pelo governo guineense.

Em novembro, uma equipa da Organização Mundial de Saúde avaliou a execução do plano e concluiu que a larga maioria das medidas estavam por realizar, mas ressalvou o país tinha capacidade para rapidamente mudar o cenário.

Na altura, foi considerado urgente simular a recolha de amostras de sangue em casos suspeitos e encaminhamento para o laboratório de diagnóstico em Dacar, Senegal, simulação que já foi feita com sucesso, realçou hoje Cristóvão Manjuba.

Nos próximos dias, as autoridades de saúde vão reunir-se para preparar medidas de prevenção específicas para a época de Carnaval, tempo de festa popular que traz muita população para a rua, concluiu.

Perto de 8.500 pessoas morreram na África Ocidental desde o início do surto de Ébola há um ano, essencialmente na Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri.

Nos três países o número de infetados já ultrapassou os 20.000, segundo números da OMS.

LFO // APN

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