Dionísio Babo, que é também ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos da Administração do Estado e da Justiça, explicou à Lusa que uma primeira lista com 89 ruas foi já concluída.
"A resolução foi aprovada em Conselho de Ministros, vai ser publicada no Jornal da República e permitirá iniciar este processo", explicou.
"Nas placas, as ruas terão o seu novo nome e, por baixo, o nome antigo, para as pessoas conhecerem a história e não haver confusão no inicio", disse ainda.
A resolução do Governo define entre os critérios para a atribuição de topónimos o objetivo de ligar os nomes das ruas "tanto quanto possível com os locais porque são conhecidos os arruamentos".
No caos das ruas principais "devem evocar tanto quanto possível as figuras de relevo nacional, considerando aqui que o conceito de mártires da pátria abrange e representa todos os que heroicamente pereceram na luta pela libertação nacional".
Datas de acontecimentos de "relevo nacional" para serem "reconhecidas pelas gerações futuras", o uso de nomes que "perpetuem valores comuns a todas as nações democráticas" como liberdade ou direitos humanos e nomes de países ou cidades estrangeiras "ligados à vida da nação de Timor-Leste ou ao município de Díli" são outros critérios.
A resolução prevê que não sejam atribuídas designações antroponímicas com nome de pessoas vidas "salvo em casos extraordinários em que se reconheça que, por motivos excecionais, esse tipo de homenagem e reconhecimento deva ser prestado durante a vida da pessoa e seja aceite pela própria".
Estrangeiros ou palavras estrangeiras só serão usados se for "absolutamente indispensável".
Numa primeira fase a toponímia vai ser aplicada em seis sucos piloto, todos no centro da cidade: Colmera, Motael, Gricenfor, Vila Verde, Akadiruhun e Bidau de Lecidere.
Um processo, explica, que servirá para facilitar comércio e serviços e mobilidade urbana, aguardando-se "a criação de um serviço de distribuição postal" facilitando ainda a relação entre Estado e cidadãos especialmente no que toca a notificações.
Entre as ruas já aprovadas contam-se a Avenida da Restauração, que liga o limite de Díli, a oeste e a rotunda do aeroporto, a Avenida Nicolau Lobato, desde aí até à frente do Porto de Díli, com a Rua de Malinamok a ligar a rotunda, para sul, para essa zona da cidade.
Entre o posto de combustível da Pertamina e a foz do Rio de Comoro é a Avenida Praia dos Coqueiros, que continua depois transformando-se em Avenida de Portugal, que prossegue até ao farol.
No cruzamento do farol, a Avenida de Portugal transforma-se em Avenida Motael, ao longo do mar, e, à direita na Rua dos Direitos Humanos, que continua para sul até à Avenida Nicolau Lobato.
Entre o porto de Díli e a ponte de Bidau Sant'Ana passa a ser a Avenida Marginal.
Nas traseiras da igreja de Motael 'nasce' a Rua Karketu Mota-ain, o nome do reino desta zona, mantendo-se a rua de S. António.
Entre as novas toponímias nasce a rua 25 de abril (nas traseiras do que será o edifício da Embaixada portuguesa e onde está a sede do BNU)
Outras das ruas mais destacadas incluem a Avenida Mártires da Pátria, a 20 de maio, que homenagem o dia da restauração da independência, a avenida D. Ricardo da Silva, D. Martinho Lopes e D. José Ribeiro (todos bispos de Díli), a Xavier do Amaral (proclamador da independência em 1975) e a Rua Palácio das Cinzas, onde esteve a primeira Presidência da República.
Rua Moçambique, a rua 10 de junho (para homenagear o levantamento de Marabia), a avenida 28 de novembro (dia da proclamação da independência em 1975), rua 12 de novembro (massacre de Santa Cruz) e a 30 de agosto (referendo de 1999) estão na lista já aprovada.
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