Um total de 81 deputados presentes, dos 102 com assento no hemiciclo, votou a favor da moção requerida pelo líder do executivo como "forte sinal de confiança e harmonização de posições" entre ANP e Governo.
O pedido surgiu numa altura de tensão entre Domingos Simões Pereira e o Presidente da República, José Mário Vaz, devido a divergências não especificadas por nenhuma das partes, mas que já duram há vários meses e que se refletem em declarações políticas divergentes.
Hoje os deputados deixaram a mensagem de que as "crises cíclicas não podem continuar", referiu Wasna Papai Danfá, líder da bancada do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), partido maioritário - que sustenta o Governo e que elegeu o Presidente da República.
"É um sinal de que a Assembleia Nacional Popular está com todos os órgãos de soberania" e recomenda "diálogo", acrescentou.
"Temos que saber representar o povo" e "o diálogo é necessário para haver paz e estabilidade", realçou.
O maior partido da oposição, o PRS, classifica a aprovação da moção de confiança como um "passo gigantesco para consolidar as instituições democráticas da Guiné-Bissau", referiu Daniel Embaló, líder da bancada.
"O Governo tem que ter tempo para trabalhar", referiu - sendo que o Executivo está prestes a cumprir um ano de mandato.
"O PRS vai continuar a lutar ao lado de Domingos Simões Pereira", acrescentou.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) tem maioria na ANP e suporta o Governo - sendo que o líder do partido, Simões Pereira, é o primeiro-ministro.
Os partidos da oposição (PRS, PCD, PND e UM) estão também representados no Governo que foi empossado a 04 de julho de 2014.
Octávio Alves, ministro da Administração Interna, representou o Governo durante o debate e votação, manifestando "satisfação", mas sublinhando também que o voto traz "mais responsabilidade".
"É um impulso para trabalhar com mais afinco", acrescentou.
"As experiências dramáticas que o país já viveu" aconselham "ponderação e calma", acrescentou, considerando que entre os dirigentes políticos deve haver sempre "espaços de entendimento que é preciso explorar".
LFO // EL
Lusa/fim