Em comunicado a que a Lusa teve acesso, o Secretariado Nacional do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde diz que "os ataques aos membros do Governo têm sido realizados de forma disfarçada", em nome da realização da justiça.
Vários membros do Governo guineense têm sido convocados perante a justiça para esclarecimento de situações em que estarão envolvidos na governação.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Mário Lopes da Rosa, tem o passaporte apreendido pela justiça, não podendo ausentar-se do país, e o seu secretário de Estado, Idelfrides Fernandes, foi mesmo detido durante três dias em junho.
O primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, revelou ter indicações de que mais de 10 elementos do seu Governo estariam na mira da justiça.
O PAIGC diz ter recebido informações de todos os membros do Governo sob alçada judicial, pelo que considera existirem "critérios seletivos" na forma como as audições são feitas e com resultados divulgados "para a opinião pública de forma tendenciosa e parcial".
De pronto, a Liga Guineense dos Direitos Humanos, na voz do seu presidente, Augusto Mário da Silva, reagiu ao comunicado do partido no Governo alegando tratar-se de uma "tentativa de abafar a realização de justiça".
"A Liga condena qualquer tentativa de manipular, abafar a justiça para influenciar o curso normal dos processos", afirmou Mário da Silva, em declarações à Lusa.
Para a Liga dos Direitos Humanos, os guineenses "deviam deixar a justiça fazer o seu trabalho" após vários anos de impunidade no país, notou o líder da organização.
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