"Não é uma critica, é uma constatação", declarou hoje o primeiro-ministro, no Bombarral, em resposta aos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e ao PCP, que o acusaram de ter criticado a administração do banco com o objetivo de preparar a sua privatização.

Em causa estão declarações de Pedro Passos Coelho, na semana passada, sobre o facto de a Caixa Geral de Depósitos ainda não ter começado a devolver o empréstimo estatal de recapitalização, de 900 milhões de euros (até 2017), ao contrário de outros bancos privados, o que levou o dirigente do PCP Jorge Pires a acusar o primeiro-ministro de ter como objetivo a privatização do banco.

"Há uma parte do pais que escreve e que opina e que resolveu fazer grandes teorias à volta da CGD, mas eu prefiro deixá-los a falar sozinhos", afirmou Pedro Passos Coelho, reafirmando ter-se limitado a expressar a sua preocupação.

"Como chefe do Governo, não tenho que estar a discriminar os bancos pelo facto de serem públicos ou de serem privados", sublinhou, acrescentando que as administrações "devem, nas suas contas, pensar na melhor forma de devolver ao Estado aquilo que foi a injeção de capital que em temos extraordinários aconteceu".

Enquanto não o fizerem, alertou, "ficarão a pagar juros muito elevados", considerando útil que a CGD reembolse o Estado, "até para estar sujeita às regulares avaliações da Direção-Geral de Concorrência".

Passos Coelho falava no Bombarral, à margem do Festival Nacional do Vinho e Feira da Pera Rocha que hoje inaugurou.

DYA // ARA

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