Eduardo dos Santos visitou a China pela primeira vez em 1988, cinco anos depois de os dois países terem estabelecido relações diplomáticas, e desde então deslocou-se mais três vezes àquele pais: duas em visita oficial e uma outra para assistir a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto de 2008.
No poder desde 1979, o ano 1 da política chinesa de "Reforma Económica e Abertura ao Exterior", Eduardo dos Santos conheceu os dois antecessores do seu atual anfitrião, Xi Jinping: os antigos presidentes Jiang Zemin e Hu Jintao, ambos reformados, há treze e três anos, respetivamente.
O presidente angolano, de 73 anos, tem a mesma idade de Hu Jintao e é dez anos mais velho do que o seu sucessor, Xi Jinping.
Eduardo dos Santos é esperado em Pequim hoje à tarde (hora local), mas a cerimónia oficial de boas vindas está marcada para a terça-feira.
Além do presidente chinês, que é também secretário-geral do Partido Comunista Chinês, o cargo politico mais importante da China, Eduardo dos Santos vai encontrar-se com o primeiro-ministro, Li Keqiang, e com o presidente da Conferencia Politica Consultiva do Povo, Yu Zhengsheng.
O presidente angolano viaja com a mulher, Ana Paula dos Santos, e com cinco ministros, entre os quais os titulares das pastas dos Transportes (Augusto Tomás), Comércio (Rosa Pacavira) e Energia e Águas (João Baptista Borges).
A visita, de seis dias, é vista em Pequim como uma oportunidade para "injetar um novo ímpeto" nas relações bilaterais.
Um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros disse que "vários acordos de cooperação" serão assinados, mas não adiantou pormenores.
Citando o embaixador de Angola na China, João Garcia Bires, a agência noticiosa angolana Angop anunciou que os dois países vão negociar "um novo pacote financeiro para enfrentar as dificuldades" criadas pela redução do preço mundial do petróleo.
Num encontro com jornalistas angolanos nas vésperas da chegada de Eduardo dos Santos, o diplomata salientou "o papel preponderante" da China na reconstrução do seu país e disse esperar que Pequim "continue a ser um parceiro estratégico nesta fase difícil de Angola".
Há dois dias, o semanário português Expresso afirmou que o presidente angolano vem à China "em busca de um financiamento de 22.000 milhões de dólares" para tentar resolver a "grave crise de tesouraria" da petrolífera estatal Sonangol, descrita como "o principal 'braço armado' da economia de Angola".
A China absorve cerca de metade do petróleo exportado por Angola, mas devido à acentuadas queda dos preços daquela matéria prima no mercado mundial, no primeiro trimestre deste ano, o valor das exportações angolanas para a China caiu 50,3% em relação a igual período de 2014.
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