"Chegámos ao final. Foram dias e noites de trabalho, nos últimos 10 dias, mas penso que todo o pessoal que esteve aqui, esteve entusiasmado, deu o melhor de si", afirmou o ministro do Planeamento e Investimento Estratégico.
Xanana Gusmão falava no espaço, em Lifau, onde está a caravela em bronze construída em Vila Nova de Gaia e que vai ser inaugurada no próximo dia 27 de novembro, no âmbito das celebrações dos 500 anos da chegada de portugueses a Timor-Leste.
Celebra-se ainda o 40º aniversário da proclamação da independência de Timor-Leste, com eventos paralelos que decorrem em Oecusse e em Díli e onde Portugal se fará representar pelo presidente do Tribunal Constitucional, Joaquim de Sousa Ribeiro.
Xanana Gusmão conduzirá as celebrações em Taci Tolo, nos arredores de Díli, mas nas últimas semanas passou grande parte do tempo no enclave de Oecusse para os preparativos finais para as comemorações.
"Acredito que quando o pessoal chegar aqui vai dizer: valeu a pena todo o esforço. Um trabalho magnífico em que a colaboração entre as pessoas foi muito boa", disse a elementos do Centro de Arquivo Audiovisual Max Stahl.
"Mesmo quando não se compreendiam bem, por causa da língua. Todo o esforço que imprimiram no trabalho foi lindo. E se o trabalho foi bom, com um sorriso e muita alegria, a festa tem que ser de muita alegria", disse.
Ainda que não esteja totalmente concluídas as obras do complexo de Lifau avançaram significativamente desde que a reportagem da Lusa visitou o local, no passado dia 05 de novembro, altura em que a caravela foi instalada.
Trata-se de uma caravela de 8,5 toneladas em bronze, fabricada em Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia, e que é o elemento central do novo monumento.
A obra, da autoria da Fundição Lage, foi comissionada pelo Ministério do Turismo timorense e está colocada ao lado do padrão que, durante décadas, marcou o local onde chegaram os primeiros portugueses à Ilha.
"É importante para nos lembrar que foram os portugueses que descobriram esta terra há 500 anos. Estamos a preparar-nos para celebrar a chegada dos portugueses, principalmente os padres católicos. Se não fosse o descobrimento daquela altura não sabemos onde estaríamos", disse na altura à Lusa o ministro do Turismo timorense, Francisco Kalbuadi.
A caravela, que é acompanhada de oito figuras também em bronze - o navegador, o padre, o porta-estandarte, dois marinheiros e três timorenses - está no centro de um círculo que domina o novo monumento, ainda em construção.
"Em conjunto todos os componentes da obra pesam cerca de 10 toneladas. É metade de uma caravela original. Pesa cerca de 8 toneladas e meia, só a caravela, e no total cerca de 10 toneladas. Tem 13 metros de comprimento, uma altura de 4,3 metros e uma largura de cerca de 3,2 metros", disse à Lusa Fernando Lage, responsável da fundição.
"Tem uma estrutura interior e a única estrutura que não é em bronze são as velas", comentou Lage, que veio a Timor para supervisionar a instalação da caravela.
Em declarações à Lusa, recordou a ideia por trás do monumento que, considera, vai ser chamariz para a região.
ASP//ISG
Lusa/Fim