Na cerimónia de atribuição do prémio, em Londres, Erpenbeck mostrou-se "realmente surpreendida" por ter sido a escolhida e admitiu não ter um discurso preparado.

Jenny Erpenbeck tornou-se na primeira alemã a vencer o prémio, enquanto Michael Hofmann é o primeiro homem a ser galardoado, desde que o prémio, criado em 2005, alterou as regras para passar a contemplar também os tradutores, em 2016. Os dois vão repartir o valor monetário de 50 mil libras (58,5 mil euros).

O livro, de uma autora com apenas um título publicado em Portugal ("Eu vou, tu vais, ele vai", pela Relógio d'Água, em 2018), "acompanha o destrutivo caso entre uma jovem mulher e um homem mais velho na Berlim Oriental dos anos 1980", cruzando o pessoal e o político, à medida que os dois amantes "aparentemente personificam o idealismo esmagado da Alemanha de Leste, com ambos a agarrarem-se ao passado muito depois de saberem que deviam avançar", segundo a sinopse divulgada pela organização do prémio.

Para além da obra vencedora, os finalistas desta edição do prémio, que distingue uma obra literária traduzida para o inglês e publicada no Reino Unido ou na Irlanda, foram o brasileiro Itamar Vieira Júnior, com "Torto Arado", a argentina Selva Almada, com "Not a River", o coreano Hwang Sok-yong, com o livro "Mater 2-10", a neerlandesa Jente Posthuma, com a obra "What I'd Rather Not Think About", e a sueca Ia Genberg, com "The Details".

A seleção foi feita a partir de 149 candidaturas (um número recorde) por um júri presidido pela apresentadora Eleanor Wachtel e composto pelo editor e tradutor Aaron Robertson, pelo escritor Romesh Gunesekera, pelo artista plástico William Kentridge e pela poeta Natalie Diaz.

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