De acordo com dados preliminares divulgados pelo Governo, o consumo, que representa praticamente 60% do produto interno bruto (PIB) do Japão, contraiu 0,7% em termos trimestrais.

Um sinal da relutância dos japoneses em gastar num contexto de fraco aumento dos salários e inflação persistente.

A inflação no Japão fixou-se em 2,6% em março e está há dois anos acima da meta de 2% fixada pelo banco central, inicialmente devido à subida do custo da energia, decorrente da guerra na Ucrânia, e atualmente devido ao aumento do preço da alimentação.

A situação poderá, no entanto, mudar em breve, uma vez que se espera que as negociações salariais que ocorrem todas as primaveras no Japão resultem em aumentos de mais de 5% este ano, algo que seria um recorde em mais de 30 anos.

A economia japonesa registou ainda uma contração de 0,2% em relação ao mesmo período de 2023.

Também pesou nas contas o abrandamento das exportações - outra das componentes mais importantes do PIB japonês -, que diminuíram 5% em termos trimestrais, após terem aumentado 2,8% nos últimos três meses de 2023.

As importações também registaram uma contração de 3,4% -- depois de um aumento de 0,9% e 1,8% nos dois trimestres anteriores, respetivamente --, que poderá estar ligado à fraqueza do iene.

A moeda do Japão estava hoje a negociar numa faixa perto dos 155 ienes por dólar, depois de no final de abril ter caído para 160 ienes, pela primeira vez há 34 anos.

Um iene fraco tende a inflacionar as remessas estrangeiras dos exportadores, mas também aumenta os custos das importações de energia e matérias-primas, das quais o Japão é dependente.

Durante o primeiro trimestre do ano, o investimento imobiliário também registou uma contração de 2,5%, enquanto os investimentos das empresas caíram 0,8%.

Já o investimento público recuperou 3,1%, como resultado de uma série de políticas de estímulo à economia do país asiático.

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