Dos contratos europeus com a Pfizer à bandeira nacional, os presentes que a cabeça-de-lista do ADN andou a distribuir pelas sedes dos partidos que se candidatam às próximas Europeias tinham em comum a marca da ironia e da crítica. Numa ação de campanha singular, Joana Amaral Dias aproveitou a Quinta-feira de Espiga, "data de celebração da primavera e de dádiva", para entregar aos outros candidatos símbolos daquilo que considera serem fragilidades ou reveladores de hipocrisia nos respetivos percursos políticos.
Como a própria relata na sua página oficial, nenhum dos candidatos a recebeu, porém, à exceção do cabeça-de-lista do Chega, a quem pôde entregar em mãos o "presente" escolhido.
"Para o Francisco Paupério, do Livre, temos uma foto da ex-deputada Joacine Katar Moreira, para que recorde o que costuma acontecer aos candidatos no seu partido", explicou a cabeça-de-lista do ADN, que ao candidato do PAN, Pedro Marques, levou uma caixa de framboesas, "daquelas das estufas de plástico, como a que teve a líder o seu partido, Inês Corte Real, que afinal não pratica uma agricultura sustentável".
Na lista da candidata havia ainda um veleiro de brincar para Tanger Correia — recordando que o representante do Chega, "aceitou prendas como dois veleiros", nos tempos de embaixador —, o livro Casei com um Comunista para Cotrim de Figueiredo, pela "confusão" que tem levado à saída de militantes da IL e "à ideologia woke que têm vindo a defender", e uma bússola para o candidato do PCP, João Oliveira, se orientar entre a "geringonça a fazer os favores ao governo de António Costa" e as "posições pouco claras sobre a guerra na Ucrânia".
À cabeça-de-lista do BE, Catarina Martins, Amaral Dias ofereceu um "recuerdo das injeções milionárias em bancos durante o tempo da geringonça, com o seu aval", e a Marta Temido, que avança pelo PS depois de ter sido ministra da Saúde nos tempos da pandemia, entrega "os contratos com a Pfizer rasurados, das inoculações experimentais da covid que ela tanto promoveu", os maiores da UE, no valor de 35 mil milhões de euros, e pelos quais "Von der Leyen está a ser investigada por corrupção e conflito de interesses".
Para o fim, mas não esquecido, ficou o candidato da AD, Sebastião Bugalho, a quem Joana Amaral Dias ofereceu "uma bandeira nacional" para relembrar os símbolos nacionais.