"Os turistas cristãos foram alvo de um ataque armado na cidade afegã de Bamiyan", divulgou a agência Amaq, próxima dos 'jihadistas', num comunicado publicado na plataforma Telegram.

"Os combatentes atacaram os turistas cristãos e os seus companheiros xiitas (um ramo do Islão desprezado pelo EI) com metralhadoras, matando e ferindo sete cristãos e cerca de cinco xiitas Hazara", acrescentou a agência.

A Amaq especificou ainda que "os cristãos mortos e feridos eram de diferentes nacionalidades, incluindo de países como Espanha, Noruega, Austrália e Lituânia", indicando que o ataque foi "em resposta às diretivas dos líderes do Estado Islâmico" para atingir cidadãos ocidentais.

A mesma nota informativa referiu ainda que Bamiyan "é um destino importante para os turistas cristãos e pagãos porque contém estátuas de Buda" que, segundo a Amaq, são "guardadas" pelos talibãs.

De acordo com o diretor de informação e cultura de Bamiyan, Safiullah Rayed, o ataque - o primeiro contra turistas estrangeiros desde que os talibãs chegaram ao poder em 2021 - ocorreu na sexta-feira, quando o grupo "se encontrava dentro de um veículo" durante a visita à cidade.

As vítimas mortais espanholas são uma mulher e a sua filha, ambas farmacêuticas, que geriam farmácias na estação de Sants, em Barcelona, e em Terrasa, respetivamente, e um engenheiro reformado de 63 anos, de Girona, que tinha trabalhado para a empresa química Covestro na sua fábrica em Tarragona.

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, disse no sábado, em declarações à agência EFE, que os espanhóis que sobreviveram ao ataque viram que uma pessoa saiu de um beco e disparou "muito claramente" contra o grupo de turistas.

Uma equipa de diplomatas espanhóis chegou hoje à capital afegã, Cabul, e está a trabalhar para acelerar os procedimentos de repatriamento dos corpos dos três espanhóis que morreram no ataque.

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