De acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério do Interior, mais de 400.000 pessoas em todo o país foram afetadas pelas fortes chuvas, incluindo cerca de 280.000 deslocados das suas casas, alguns dos quais transferidos para 187 campos de acolhimento criados pelas autoridades.
O número de desaparecidos mantém-se em 75 e o de feridos em 188, informou a mesma fonte governamental.
Para fazer face à crise, o Quénia recebeu ajuda internacional das Nações Unidas, dos Emirados Árabes Unidos, do Reino Unido e de organizações como a Cruz Vermelha, sob a forma de contribuições financeiras ou de doações de alimentos e outros bens de primeira necessidade.
"O Governo está a fornecer apoio logístico, abrigo temporário e bens essenciais às pessoas e famílias afetadas pelas inundações", declarou na terça-feira o porta-voz do Governo queniano, Isaac Mwaura.
No entanto, os residentes de vários bairros informais da capital, Nairobi, queixaram-se de não terem recebido alojamento alternativo ou assistência financeira suficiente depois de as suas casas construídas em zonas ribeirinhas, propensas a inundações, terem sido demolidas por ordem do Governo queniano.
A Human Rights Watch (HRW) denunciou a incapacidade do Governo de atuar a tempo e de responder adequadamente à crise, apesar das previsões meteorológicas de que dispunha.
A longa estação das chuvas, que vai de março a maio e afeta toda a África Oriental, foi intensificada pelo fenómeno meteorológico El Niño, uma alteração da dinâmica atmosférica provocada por um aumento da temperatura do Oceano Pacífico.
Embora as previsões apontem para uma redução da precipitação no Quénia, "os elevados níveis de humidade no solo devido ao aumento da precipitação podem conduzir a um elevado risco de inundações, mesmo quando as chuvas tiverem diminuído", alertou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas na passada sexta-feira.
O abrandamento das chuvas permitiu a abertura da maior parte das escolas públicas do país na segunda-feira, depois de o regresso das férias da Páscoa ter sido adiado duas vezes por ordem do Presidente, William Ruto.
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