"Neste momento, temos à volta dos tempos expectáveis para cada tipologia de urgência, portanto, dentro dos amarelos", da "pulseira urgente, nós temos à volta de uma hora, uma hora e pouco, e para os poucos e não urgentes, portanto, de [pulseiras] verdes e azuis, temos à volta de 120, 130 minutos de espera", afirmou Hugo Martins.

O também dirigente do Serviço de Urgência Básica da Unidade Local de Saúde (ULS) de Amadora-Sintra falava aos jornalistas num balanço sobre a prestação dos serviços de urgência, avançando que antes das 18:30 estavam à espera de serem observados sete utentes urgentes e "à volta de oito ou nove" nos "pouco urgentes".

"Atendendo às inúmeras admissões que nós temos já desde o início de dezembro, e que estamos a monitorizar, conseguimos rapidamente e de uma forma muito flexível e integrada, com as várias equipas médicas de enfermagem e auxiliares", agora "ter os tempos controlados, mas não deixa de ser uma ponta do icebergue", salientou.

Para Hugo Martins, sábado "foi paradigmático dessa mesma resposta", com "14, 15 reanimações" de pacientes que "chegam em risco de vida e que é necessário mobilizar o esforço" para lhes acudir, "mais os 70 doentes internados no serviço de urgência, que é um quarto desses casos de tipologia intermédia" que precisam de monitorização.

"Foi preciso mobilizar transitoriamente esses esforços e depois articular (...) para dar resposta aos doentes pouco e não urgentes, que infelizmente ainda são grande parte das nossas missões no serviço de urgência", acrescentou.

O dirigente apelou para, à semelhança do que aconteceu durante a pandemia da covid-19, antes de se deslocarem a um serviço de urgência, os utentes liguarem primeiro para a linha telefónica SNS 24 (808 24 24 24), "através da qual conseguem ser orientados para as melhores respostas", nomeadamente o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Algueirão-Mem Martins, com "uma resposta 24 horas" por dia.

Referindo que, no início do mês, a 02 de dezembro, foram feitas de cerca de 945 admissões em todas as urgências e, ao longo da semana, estas se situam "à volta de 400 a 450 só do serviço de urgência geral e, portanto, de resposta da medicina geral e medicina interna", Hugo Martins salientou que a complexidade de alguns doentes obriga "muitas vezes a mobilizar esforços para que ninguém fique por socorrer, ou pelo menos em risco de vida".

Foi o que aconteceu no sábado, exemplificou, quando cinco doentes "tiveram que ser mobilizados" para respostas "de outras unidades hospitalares".

"Este aumento de admissões que nós tivemos foram muito resultantes do pico expectável já de infeções respiratórias", explicou.

Questionado sobre a falta de especialistas em cirurgia geral, o dirigente respondeu que "todos os processos internos estão em resolução", com admissão de médicos "de medicina geral e medicina interna, que já fazem parte das equipas para completar as saídas de alguns" elementos.

"Nesta altura do inverno, o que prima são infeções respiratórias e, portanto, o que nós apelamos sempre é que antes de virem ao hospital liguem para a [linha] Saúde 24", que "irá obviamente orientar", para o SUB ou "cuidados de saúde primários", reiterou.

O responsável admitiu que a ULS não tem "algumas especialidades como cirurgia vascular, neurocirurgia e afins", mas já não tinha "há muito tempo e os próprios doentes com AVC [acidente vascular cerebral]" são estabilizados "e depois têm a resposta dentro da urgência metropolitana de Lisboa", nunca ficando sem atendimento.

Numa nota, a ULS Amadora-Sintra revelou que, entre 01 janeiro e 10 de dezembro, os profissionais dos Serviços de Urgência "atenderam mais de 238 mil utentes", admitidos nos Serviços de Urgência Geral, Urgência Ginecológica e Obstétrica, Urgência Pediátrica e também no SUB de Algueirão-Mem Martins.

O SUB, nos primeiros 10 dias deste mês, "permitiu retirar das urgências hospitalares 1.383 utentes, dos quais 85% eram casos não urgentes" e, neste período, "os Serviços de Urgência do Hospital Fernando Fonseca admitiram 7.323 utentes, 54% dos quais doentes pouco ou não urgentes".

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