Durante o debate quinzenal no parlamento, o secretário-geral do PCP perguntou a Luís Montenegro qual é a sua opinião sobre as declarações do secretário-geral da NATO, Mark Rute, que, na semana passada, afirmou que os membros da Aliança precisam de reforçar os gastos em despesa militar, sugerindo que usem "uma fração" do que investem nas pensões, no sistema de Segurança Social ou na saúde para o efeito.
Paulo Raimundo perguntou a Montenegro em "que áreas públicas é que vai cortar ou deixar de investir" para "transferir para os interesses das cooperações de indústrias de armamento, de destruição e da morte", tendo em conta "a sua submissão clara quer à NATO, quer à União Europeia, quer a outras instituições internacionais".
"Nós não vamos cortar em nenhum dos serviços públicos essenciais para aumentar o nosso esforço na área da Defesa", respondeu o chefe do executivo, que afirmou que o seu Governo pretende "tentar fazer uma gestão mais eficiente de todos os setores da administração pública".
"E vamos tentar fazer uma alocação de recursos para todas as áreas, incluindo a área da Defesa, que é importante", frisou.
Luís Montenegro defendeu a necessidade de um maior investimento na Defesa salientando que Portugal deve salvaguardar a sua integridade territorial, assim como os seus "interesses espalhados pelo mundo", mas também porque, enquanto "povo universalista e que conquistou o mundo", tem o dever perante a humanidade de garantir "respeito pelos direitos humanos, pela democracia, pelo desenvolvimento humano em todas as geografias".
"E não vamos inibir-nos de estarmos à altura da nossa responsabilidade, também na nossa política de alianças. Nós precisaremos de investir mais na Defesa nos próximos anos - e fá-lo-emos - e vamos tentar fazê-lo também promovendo o desenvolvimento das nossas indústrias de Defesa, para podermos ter também algum retorno económico do investimento que as nossas políticas e os nossos financiamentos públicos podem acarretar", referiu.
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