Carlos Tavares, que renunciou ao cargo de CEO da Stellantis no primeiro dia de dezembor, revelou agora que a sua saída “amigável” do grupo automóvel foi motivada por desentendimentos com o Conselho de Administração sobre a estratégia.
Em entrevista ao “Expresso”, a primeira após a saída da Stellantis, Carlos Tavares que não entrou em detalhes sobre suas diferenças com o Conselho de Administração da Stellantis, mas disse ao jornal português que a decisão sobre sua saída foi tomada em conjunto entre ele e o presidente, John Elkannm “Foi uma decisão comum. Uma decisão que tomámos com o presidente do Conselho de Administração, John Elkann, com quem as relações foram sempre amigáveis. Foi tudo muito pacífico, muito refletido”.
Tavares disse ao jornal que a principal preocupação era “proteger a empresa para que uma diferença de pontos de vista não criasse o risco de desalinhamento da Stellantis”.
“Uma empresa que tem 250.000 funcionários, receitas de € 190 mil milhões, 15 marcas que vende em todo o mundo, não é uma empresa que pode ser administrada com falta de alinhamento, o que imediatamente tem impacto na gestão estratégica”, disse Carlos Tavares.
Questionado sobre se a saída da Stellentis provocou algum tipo e magoa, Carlos Tavares foi claro em responder que voltava a tomar a mesma posição e que esta foi a melhor altura para tomar esta decisão que “chegou a um ano da reforma, que tinha anunciado em outubro, que não criaria qualquer tipo de problema” para o grupo.
Recorde-se que o processo para a nomeação de um novo CEO permanente está a ser gerido por um Comité Especial do Conselho de Administração, e será concluído no primeiro semestre de 2025. Até lá, foi criado um Comité Executivo Interino, presidido por John Elkann.