Depois dos rebeldes sírios terem derrubado o regime do Presidente Assad, que abandonou o país e se exilou na Rússia, o líder responsável pela transição apela a que os cidadãos que estão no estrangeiro regressem. A nível internacional, a Rússia está atenta ao futuro das suas bases militares no país.
O primeiro-ministro responsável pela transição na Síria até 01 de março de 2025, Mohammad al-Bashir, apelou aos sírios no estrangeiro que regressem ao país. “O seu capital humano e a sua experiência permitirão que o país prospere. Apelo a todos os sírios no estrangeiro: a Síria é agora um país livre que conquistou o seu orgulho e dignidade. Voltem. Devemos reconstruir, renascer e precisamos da ajuda de todos,” declarou Al-Bashir, numa entrevista publicada esta quarta-feira no jornal italiano Corriere della Sera. Na mesma entrevista, Al-Bashir afirmou que “houve erros e mal-entendidos que distorceram o verdadeiro significado do Islão” e afirmou que vai garantir os direitos de todas as comunidades no país.
Entre as imagens que surgem da Síria estão fotografias de rebeldes junto ao túmulo queimado do pai do ex-presidente Bashar al-Assad. Segundo a BBC, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos indica que os rebeldes incendiaram o mausoléu, localizado em Latakia.
Por outro lado, o porta-voz do Kremlin indicou que está em contacto com as novas autoridades sobre o futuro das bases militares na Síria. A Rússia tem uma base naval em Tartus, porta de entrada para o Mar Mediterrâneo, e opera um aeródromo militar em Hmeimim, no noroeste da Síria. Ambas são consideradas estratégicas para as operações militares russas no Médio Oriente e nos países do Sahel.
“As questões relacionadas com a segurança destas instalações são extremamente importantes”, afirmou Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP. A Reuters noticiou anteriormente que uma fonte do Kremlin disse a agências noticiosas russas que os líderes da oposição síria tinham concordado em garantir a segurança das bases militares russas na Síria.