O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, ordenou a retirada dos cartazes que os deputados do Chega penduraram, esta sexta-feira, nas janelas do Parlamento.
"Não é permitido a colocação de publicidade nas fachadas exteriores. Acho que todos deviam conhecer essas regras, não tem nada a ver com liberdade de expressão, tem a ver com o respeito pelas regras do património nacional (...) mandei retirar essa publicidade que está lá fora e a do interior do Palácio. Não me pareceu que fosse situação para eu arrombar a porta", disse Aguiar-Branco no Parlamento.
O presidente da Assembleia da República garante que se o partido não retirar as faixas colocadas, os bombeiros irão fazê-lo.
"Não queria deixar de expressar o repúdio por esta situação", sublinhou.
Aguiar-Branco considera a ação do Chega "uma vandalização política" e uma "falta de respeito pelo Parlamento".
"Não podemos ter um Orçamento que não aumenta pensões e aumenta os salários dos políticos"
O líder do Chega diz que o partido quis passar "uma mensagem política para o exterior". A mensagem é que "não podemos ter um Orçamento que não aumenta pensões e aumenta os salários dos políticos", afirmou.
"Gostem vocês ou não gostem, não abdicamos da mensagem que queremos passar para fora", vincou André Ventura no Parlamento.
Os deputados do Chega colocaram faixas nas janelas da Assembleia da República (AR), esta sexta-feira, contra o fim do corte de 5% nos vencimentos dos titulares de cargos políticos.
As faixas penduradas têm montagens de fotografias do primeiro-ministro, Luís Montenegro, do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e do líder do CDS-PP, Nuno Melo, como se estivessem a mostrar dinheiro em frente à cara.
Na rede social X, o líder do Chega publicou esta sexta-feira uma imagem em que aparece numa das janelas da AR com um cartaz com a mensagem: "OE2025 aumenta salários dos políticos. Vergonha".
Na mesma publicação, André Ventura escreveu: "Hoje não podíamos deixar passar. Num momento em que não há dinheiro para pensões ou baixar impostos, os partidos aumentaram o salário dos políticos neste Orçamento. Não passarão impunes".
O fim do corte do vencimento de políticos foi aprovado, esta quinta-feira, no Parlamento, nas votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2025.
A medida que foi iniciada em 2010 no âmbito do chamado PEC [Programa de Estabilidade e Crescimento] II, foi aprovada com os votos contra do Chega, IL, Livre e BE, abstenção do PCP e votos a favor dos demais.
Esta sexta-feira realiza-se a votação final do Orçamento do Estado.