O nome Andretti pode já não estar à frente da mais recente equipa de Fórmula 1, mas o seu legado continua a moldar a evolução do desporto. Numa mudança sísmica, a Cadillac F1, uma parceria com a General Motors, foi oficialmente aprovada para se juntar à grelha da Fórmula 1, marcando um momento crucial para o automobilismo americano.

Isso surge apenas algumas semanas depois de Michael Andretti ter anunciado que se afastaria da liderança direta do projeto, passando o controlo para TWG Global e a sua poderosa dupla de Dan Towriss e Mark Walter. Embora Andretti já não ocupe um cargo formal, os seus esforços e visão fundamentais permanecem centrais à génese da Cadillac F1.

Uma Vitória para o Automobilismo – Mas Não Sem Drama

O processo de aprovação esteve longe de ser simples. Depois de a Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da Fórmula 1, ter rejeitado a proposta inicial de Andretti em janeiro, citando preocupações sobre o valor e a competitividade, as marés mudaram quando a General Motors aprofundou o seu envolvimento. Com a GM prestes a tornar-se mais do que apenas um fornecedor de motores, o projeto Cadillac F1 ganhou um impulso inegável.

O Presidente da FIA Mohammed Ben Sulayem, um forte apoiador do esforço, elogiou o movimento como “uma vitória para todo o automobilismo.” Ele reiterou que a aprovação da FIA à candidatura de Andretti sempre teve a ver com mérito, não com política, desmentindo alegações de que as críticas públicas de Michael Andretti desempenharam um papel na resistência inicial.

“A FIA fez a sua diligência,” disse Ben Sulayem aos repórteres. “Michael Andretti deve estar orgulhoso—ele é o fundador deste projeto. A resistência das equipas não foi pessoal; foi financeira. Mas a entrada da GM torna este um passo monumental para a Fórmula 1.”

A Sombra das Investigações Antitrust

Embora a remoção de Andretti possa parecer coincidente, rumores de uma investigação antitrust do Departamento de Justiça sugerem o contrário. A investigação, que supostamente incluiu entrevistas com Ben Sulayem e uma presença visível do FBI no Grande Prémio de Las Vegas, centrou-se em saber por que a Liberty Media estava hesitante em expandir o grid.

O anúncio da investigação pela Liberty coincidiu com a crescente pressão de legisladores dos EUA, incluindo uma visita de Mario Andretti a Washington para fazer lobby pela inclusão da equipa Cadillac. Embora o resultado possa ser coincidente, fontes internas especulam que a escrutínio acelerou a disposição da Liberty em acolher a GM.

A Visão da Cadillac F1 Sem Andretti

A TWG Global, liderada por Mark Walter (um importante investidor desportivo e proprietário dos LA Dodgers e do Chelsea FC) e Dan Towriss, está agora à frente do programa Cadillac F1. A equipa irá operar a partir das instalações de última geração da Andretti em Indiana e Silverstone, juntamente com os centros técnicos da GM em Michigan e Carolina do Norte.

Embora os pilotos da equipa permaneçam um mistério, Valtteri Bottas e Colton Herta têm sido ambos associados ao projeto. Herta, cuja carreira na IndyCar está ligada à Gainbridge, uma empresa de propriedade de Towriss, continua a ser um forte candidato a um dos lugares cobiçados.

O Futuro da F1 Americana

Se a Cadillac F1 fizer a sua estreia planeada em 2026, juntará a equipa de Gene Haas como a segunda operação de F1 de propriedade americana—uma mudança significativa num desporto que agora conta com três corridas nos EUA. A adição da Cadillac, combinada com a entrada da Ford como parceiro técnico da Red Bull, sublinha a crescente presença da Fórmula 1 na América.

Quanto a Michael Andretti, ele continua a ser uma figura apaixonada no desporto motorizado, embora o seu papel na equipa de F1 seja agora o de apoiador. O seu pai, Mario Andretti, assumirá um papel de embaixador enquanto faz parte do conselho.

No final, a aprovação da Cadillac F1 é uma conquista marcante—uma que entrelaça a ambição americana, a força corporativa e o legado duradouro do nome Andretti. Com a TWG Global ao leme e os recursos da GM por trás deles, a equipa está preparada para ser um agente de mudança quando a bandeira verde for agitada em 2026.