Espanha vai continuar a pressionar e a lutar para receber a final do Mundial'2030 e tem boas hipóteses de o conseguir, atendendo à qualidade dos seus jogadores, disse esta quarta-feira a ministra do Desporto espanhola.

"Continuaremos a lutar para que a final seja em Espanha", disse Pilar Alegría, em Las Rozas, nos arredores de Madrid, no final do congresso online extraordinário da FIFA que formalmente atribuiu a organização do Mundial'2030 a Marrocos, Portugal e Espanha.

A final dessa competição não tem ainda um estádio atribuído e tanto Espanha como Marrocos pretendem ser os anfitriões desse jogo, algo que Portugal não pode ambicionar, uma vez que a FIFA exige que o recinto que acolhe a decisão de um Mundial tenha lotação mínima de 80.000 lugares e nenhum estádio luso obedece a essa exigência.

A ministra espanhola realçou que os três países trabalharam "em harmonia desde o primeiro momento" na preparação da candidatura para a organização do Mundial'2030 e que assim continuará a ser, mas que Espanha vai continuar a pressionar para que a final seja no país.

Para Pilar Alegría, por causa da "grandeza" e da "magnífica qualidade" do futebol e dos futebolistas espanhóis, há "muitas hipóteses" de a final ser em Espanha.

A ministra congratulou-se com a atribuição da organização do Mundial de 2030 à candidatura ibero-marroquina e considerou que o evento será de novo "um bom escaparate" do futebol espanhol e de Espanha, como já aconteceu em 1982, ano em que o país foi pela primeira vez anfitrião de um Campeonato do Mundo de futebol.

Pilar Alegría acompanhou hoje o congresso da FIFA na sede da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), que está sem direção, após polémicas relacionadas com a anterior presidência liderada por Luis Rubiales.

A RFEF terá eleições na próxima segunda-feira e está atualmente a ser administrada por uma comissão gestora, que tem à frente a ex-futebolista Maria Angeles Garcia Chaves.

Nas duas curtas intervenções que fez no congresso, Maria Angeles García Chaves disse que o Mundial2030 será um "ponto de encontro de gerações, países e culturas" e lembrou também o impacto que teve em Espanha o campeonato de 1982.

O Mundial de 1982 foi "um grande passo em frente" para Espanha, um país que era então uma democracia recente, afirmou, antes de sublinhar que a prova "abriu as fronteiras e a forma de pensar" dos espanhóis.

Por isso, Espanha desejava tanto organizar um novo Mundial, acrescentou.

Maria Angeles Garcia Chaves destacou ainda que há agora seis anos de muito trabalho pela frente até ao Mundial, mas mostrou-se confiante de que será "realmente inesquecível".

Portugal, Espanha e Marrocos vão organizar o Mundial'2030, oficializou hoje a FIFA, depois de ter votado a candidatura única durante o seu congresso extraordinário, realizado em Zurique.

A proposta de Portugal, Espanha e Marrocos, denominada 'Yalla Vamos!', prevê que o grosso do torneio seja disputado nestes três países, enquanto outros três jogos da fase final vão decorrer na Argentina, Paraguai e Uruguai, como forma de celebrar o centenário da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.

Os três estádios portugueses candidatos a acolher jogos do Mundial2030 serão o Estádio da Luz, o Estádio José Alvalade, ambos em Lisboa, e o Estádio do Dragão, no Porto, sendo que o recinto do Benfica - o único dos três com capacidade mínima de 60.000 lugares e que verá aumentada a lotação para 70.000 - deverá acolher uma das meias-finais da competição.

Portugal estreia-se na organização de Mundiais, após já ter recebido o Europeu de 2004, enquanto a Espanha organizou o Euro'1964 e o Mundial'1982, e Marrocos acolheu unicamente a Taça das Nações Africanas (CAN), em 1988, condição que irá repetir em 2025.

Hoje, foi ainda confirmada a atribuição do Mundial de 2034 à Arábia Saudita.