A candidatura de Portugal, Espanha e Marrocos ao Mundial 2030 «demonstrou claramente capacidade para receber com sucesso» a prova, indica o relatório de avaliação da FIFA, segundo o qual a nota atribuída foi de 4,2 em 5, «excedendo os requisitos mínimos» para ser selecionada no Congresso de 11 de dezembro, derradeira etapa para a oficialização.
«Se for bem-sucedida, a FIFA está entusiasmada por trabalhar em conjunto com os anfitriões desde o início, para entregar uma edição memorável e de classe mundial do campeonato do Mundo, um que representa o último num século de torneios – deixando um legado importante e longevo para o futebol e a sua comunidade global», acrescenta.
Além dos três países anfitriões, Argentina, Paraguai e Uruguai receberão três jogos da fase final — para assinalar o centenário do torneio que teve primeira edição no Uruguai, em 1930 —, após terem avaliação de 3,6.
Em Portugal, o Estádio da Luz, o Estádio José Alvalade e o Estádio do Dragão serão os recintos que acolherão jogos da competição, sendo a casa do Benfica, a única com lotação mínima de 60.000 lugares, o palco de uma das meias-finais — nenhum cumpre requisitos para o jogo de abertura ou a final, em que é exigida capacidade mínima de 80 mil espectadores — como Santiago Bernabéu, em Madrid, o Camp Nou, em Barcelona, e o Grand Stade Hassan II, em Casablanca.
Na análise de risco da FIFA surgem dois setores de nível «médio», nomeadamente o enquadramento legal e os estádios, estes devido à escala global de projetos de requalificação (Marrocos e Espanha) e a natureza compacta de algumas das plantas dos estádios (Portugal e Espanha), que lhe conferem «um risco ligeiramente elevado».
«Contudo, a construção antecipada em muitos casos, bem como a qualidade dos planos desenvolvidos e apresentados, o compromisso substancial com estes projetos e a equipa forte no apoio à testagem de operações, já mitigam este risco substancialmente, oferecendo um alto grau de confiança», salvaguarda, acrescentando que, neste caso, «a candidatura oferece propostas muito boas para receber o Mundial»: 20 estádios propostos, 176 possibilidades para infraestruturas destinadas a equipas e árbitros, 94 hotéis para equipas, dois para árbitros e 80 outras instalações hoteleiras de apoio.
Os três países apresentam «um compromisso forte e realista com a sustentabilidade e direitos humanos, confirmando o apoio ao Acordo de Paris, o Quadro para a Ação Climática no Desporto das Nações Unidas e o sistema de gestão ISSO 20121 para eventos», sublinha-se.
A nível de ações de mitigação do impacto ambiental, a FIFA destaca a seleção das cidades que vão acolher jogos, pela distância, acessibilidade, multimodalidade de transportes, recomendando o desenvolvimento da infraestrutura ferroviária como «papel importante».
A candidatura apresentou ainda 34 locais para Fan Festivals, com alerta para as que se situam longe dos estádios: «Será crucial entender como locais que não receberam previamente eventos semelhantes conseguirão gerir as necessidades de um fan festival e incorporar elementos distintos, o que inclui planeamento para uma operação sustentada, acessibilidade eficiente e gestão de multidões eficaz.
Entre as cidades propostas para o sorteio final, o Congresso FIFA e um workshop para as equipas, constam Lisboa e Porto, Madrid, Rabat, Casablanca e Ben Guerir, já o Centro Internacional de Broadcasting estará em Casablanca ou Madrid.