O treinador do Farense, Tozé Marreco, não foi à sala de imprensa no final do jogo com o Gil Vicente (prestou declarações apenas à Sport TV), e no seu lugar surgiu o presidente do clube algarvio, João Rodrigues, que deixou críticas ao trabalho do árbitro Bruno José Costa. 

"É com muita tristeza que hoje faço algo inédito em quase 9 anos à frente desta instituição. É a primeira vez que venho a uma conferência de imprensa, que não deveria ser, de forma alguma, o palco para os dirigentes, mas sim para os protagonistas que são os jogadores e os treinadores", começou por referir, antes de insurgir-se contra as arbitragens.

"Infelizmente temos tido um acumular, já de há bastante tempo, de situações que nos deixam muito incomodados, em que constantemente há decisões que não entendemos e que são claramente prejudiciais para o Farense. Mais uma vez hoje, e não vou estar a analisar o desempenho da equipa de arbitragem, tivemos situações em que nos sentimos claramente prejudicados", referiu João Rodrigues, detalhando: "Vou focar-me apenas numa, o golo anulado. Não entendemos como as linhas estão colocadas e como é que esse golo pode ter sido anulado. Esta situação é o culminar de muitas outras que já tivemos e em que sentimos que a nossa instituição tem sido altamente prejudicada. Não é de agora."

O líder do Farense recordou a última vez em que os algarvios foram despromovidos e um golo anulado a Ryan Gauld, e pede uma intervenção das entidades responsáveis. "Este ano, estão a acumular-se situações que novamente estão a prejudicar-nos e isto tem de parar. Apelo fortemente a todas as instituições que têm responsabilidade no futebol português, e para bem do futebol: estas situações têm que parar imediatamente! Não podem continuar a haver regras que não são consistentes. Ainda no fim de semana passado tivemos um caso muito parecido, com um comportamento completamente diferente na forma como foi abordado o ajuizamento dos lances na segunda parte.

O líder do Farense deu conta da tristeza no balneário. "Temos um grupo que está extremamente aborrecido, quase que diria raivoso, mas podem ter a certeza, não está abatido. Nós estamos muito fortes e vamos continuar muito fortes, este grupo vai conseguir os seus objetivos."

João Rodrigues foi mais longe: "Não encontro justificação para o que se está a passar. Todos os que estão no futebol sabem que tem acontecido o que referi. Não é positivo para o desporto, para a indústria do futebol. Isto é negativo. Não venho falar de lances, levaríamos aqui horas, e quem está dentro do futebol sabe que isto tem acontecido com frequência, infelizmente."

Para já, o Farense não equaciona a tomada de medidas. "Temos um excelente relacionamento com todas as instituições do futebol português, seja Federação, Liga e órgãos da arbitragem, e falamos constantemente e claramente, mas também com o civismo exigido, com todos, e assim vamos continuar. Tudo isto tem que ser visto muito bem. Não dignifica o futebol português. Se forem ver o golo anulado ao Farense, não é entendível como o golo foi anulado. Falaremos novamente com as entidades responsáveis e não vamos parar de defender o Farense."

O líder do Farense assinalou ainda que "estamos a falar de erros que são cometidos por seres humanos. O árbitro, no desenrolar do jogo, é normalmente quem tem a maior percentagem de desculpa, devido á rapidez do próprio jogo. Não devem é errar consistentemente contra esta instituição. Tenho menos margem para desculpar para quem está a gerir um proceso que já inclui o VAR, do qual fui um dos maiores apoiantes."

Sobre o golo anulado a Tomané, João Rodrigues foi claro: "Vejam as linhas, vejam o posicionamento. Passaram-se muitos minutos para ser apurado que o Tomané estava fora de jogo por 7 centímetros, num campo de mais de 100 metros, é uma coisa impressionante. E se formos ver as imagens, não nos parece que haja fora de jogo", concluiu.