Os projetos, designados REUSE II e AQUA VINI, são financiados pelo Fundo Ambiental, do Ministério do Ambiente e Ação Climática, e "pretendem promover a utilização de ApR em atividades agrícolas no Alentejo", explica a AgdA, em comunicado enviado à agência Lusa.

"A urgência de adaptação às alterações climáticas, o uso eficiente da água e a valorização dos recursos numa ótica de economia circular, entre outros, são desafios fundamentais no setor da água e assumem especial relevância na área de atuação da AgdA", refere a empresa.

Por isso, a AgdA procura "encontrar soluções para estes desafios" que lhe permitam "ser mais resiliente e capaz de dar respostas eficientes e sustentáveis aos seus clientes".

Nesse sentido, o programa REUSE II integra um sistema de produção de ApR que incide na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Beja.

O projeto-piloto consiste na desinfeção solar das águas residuais tratadas nesta ETAR para utilização por um agricultor da região, indicou.

A água resultante da desinfeção solar será reutilizada na rega de um pomar de romãzeiras, para estudar o impacto da sua utilização no desenvolvimento das plantas e frutos, assim como o balanço de nutrientes, a eventual poupança na dosagem de fertilizantes minerais e o impacto da ApR nos recetores ambientais água e solo.

O impacto dessa água no sistema de rega da exploração agrícola onde será utilizada é também um dos elementos em estudo neste projeto, que resulta de uma parceria da AgdA com a AdP VALOR, a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), o Instituto Superior de Agronomia (ISA), a EFACEC e o Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR).

Por sua vez, o projeto AQUA VINI pretende contribuir para o "aumento do conhecimento técnico sobre a reutilização da água na atividade de regadio" e promover a utilização de ApR na atividade vitivinícola do Alentejo, através do estudo da sua utilização na vinha do Monte da Ravasqueira, no concelho de Arraiolos (Évora).

O AQUA VINI vai estudar "os efeitos desta aplicação no desenvolvimento das culturas irrigadas", bem como o seu impacto nos recetores ambientais solo e recursos hídricos, além dos sistemas de rega.

"Permitirá ainda a avaliação do eventual impacto da ApR, que será produzida na ETAR de Arraiolos Poente, na qualidade da água da charca, origem de água para a rega da vinha e a avaliação da eficácia das barreiras naturais existentes. Será ainda avaliada a possibilidade de regar diretamente com ApR uma parcela da vinha", explica o comunicado da AgdA.

O consórcio responsável pelo AQUA VINI integra também a AdP VALOR, a Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo, o Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR) e os produtores do Monte da Ravasqueira.

Em ambos os projetos "serão realizadas as avaliações de risco das opções de utilização estudadas", além das "soluções de tratamento complementar em função do esquema de utilização em causa", explica a empresa.

 

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