O Presidente da Assembleia da República pede uma dose reforçada de bom senso na política para o ano de 2025, num artigo de opinião publicado esta sexta-feira no Jornal Económico. Aguiar-Branco diz que o debate público está cada vez mais extremado e criticou os discursos que procuram soluções simplistas e radicais.

"Projetos radicais, destemperados têm pouca tração na sociedade portuguesa. Os portugueses são moderados e querem a paz social", escreveu Aguiar-Branco.

Um dos exemplos referidos por Aguiar-Branco é a discussão sobre o descongelamento dos salários dos políticos, que, segundo diz, é tratada de forma exagerada e como se fosse a maior corrupção do regime.

O Presidente falou ainda sobre o desafio de um Parlamento mais fragmentado após as eleições de 2024 e a necessidade de negociação constante. Apesar das dificuldades, Aguiar-Branco considerou que a democracia tem respondido com normalidade, com o Governo em funções e o Orçamento aprovado.

"O Parlamento não é um problema. É o lugar das soluções", afirmou.

Aguiar-Branco também defendeu que o bom senso deve pautar a ação política nas mais diversas áreas, incluindo a reforma da Justiça, a educação, a política fiscal e migratória. A segunda figura do Estado disse ainda que é essencial ouvir as pessoas, compreender as suas necessidades e trabalhar para soluções concretas, longe de simplificações ideológicas.

No campo da política externa, o Presidente da Assembleia da República apelou a uma maior ambição na construção europeia, ao defender o alargamento da União Europeia e o fortalecimento das relações com os países lusófonos.