Fidélis Magalhães falava na apresentação do projeto de ampliação do complexo desenhado por uma empresa de arquitetura portuguesa, a Gonçalo Lencastre Arquitectos, que venceu um concurso internacional.
"Fizemos um planeamento integrado, mas a execução será faseada, com um plano plurianual de 10 ou 20 anos, dependendo da capacidade orçamental", precisou.
Gonçalo Lencastre explicou que a ampliação, num espaço total de oito hectares, visa "dotar a Presidência da República de Timor-Leste de um espaço físico com a dignidade e funcionalidade" necessárias.
Da ampliação fazem parte, entre outros, a nova Residência Presidencial e o Museu da Presidência, bem como a Caserna Militar, a Casa Militar e outros edifícios.
O objetivo, disse, é criar um complexo com "dignidade, estabilidade e sobriedade" que seja "representativo e reconhecível como exemplo da cultura de Timor-Leste, com enfoque na eficiência energética e em espaços com custos de manutenção relativamente baixos.
Francisco Varela, da equipa de arquitetos, destacou a importância da aposta "em espaços verdes, valorizando a importância dos espaços públicos".
Entre os novos espaços destacou o memorial, o museu da Presidência - que terá um acesso independente -, um heliporto, com um caminho de ronda para a vigilância de todo o percurso.
Outra das arquitetas envolvidas no projeto, Cristina Picoto, explicou que todos os edifícios estão 1 metro levantados do chão para evitar inundações, com edifícios só de um piso, sem pretenderem ser "à escala monumental".
Finalmente Carlos Cruz detalhou a "homenagem á paisagem de Timor-Leste e à sua biodiversidade" com vegetação autóctone, o uso de madeira - "pela sua ligação ao tradicional" e a preferência por materiais locais.
Esta ampliação ficará no mesmo complexo onde está o atual Palácio Presidencial Nicolau Lobato, uma oferta do Governo chinês que começou a ser construído em 2005 e foi inaugurado a 27 de agosto de 2009, dias antes do 10.º aniversário do referendo de autodeterminação.
Este edifício substituiu o mítico "Palácio das Cinzas", o edifício que durante a ocupação indonésia tinha acolhido os serviços de polícia e de registo de automóveis (o SAM/SAT), que ficou praticamente destruído na onda de violência de 1999 e que foi inaugurado a 28 de outubro de 2002.
Na altura da inauguração, o então Presidente da República, Xanana Gusmão, disse que a escolha do nome de Palácio das Cinzas era "uma homenagem ao próprio processo" de luta pela independência de Timor-Leste.
"É um apelo à contenção de despesas públicas em rubricas pouco relevantes ou menos urgentes. Se não há uma boa gestão do país, as receitas do petróleo serão uma desgraça", disse na altura.
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