
A Argélia apelou hoje a uma estratégia comum em África para lutar contra a desinformação, durante a abertura da reunião regional da Mesa Norte-Africana do Comité dos Serviços de Informações e Segurança de África (CISSA).
O diretor da Direção-Geral de Documentação e Segurança Externa (DGDSE) da Argélia, Fethi Moussaoui, alertou, no discurso de abertura, para os riscos crescentes das notícias falsas e para a "facilidade com que se propagam nas redes sociais sem controlo ou verificação".
"Basta que uma pessoa promova uma notícia falsa ou manipulada numa rede social para que esta se espalhe como um incêndio", afirmou.
O alto dirigente sublinhou que "o Norte de África e o continente africano em geral não estão isentos destas campanhas sistemáticas destinadas a semear o caos e a minar a estabilidade".
Por isso, Moussaoui alertou para a importância de "formar uma frente unificada dos meios de comunicação social nacionais e continentais para enfrentar os desafios atuais e defender a imagem de África nos fóruns internacionais".
As autoridades argelinas apresentaram uma série de recomendações para travar este fenómeno, desde reforçar a cooperação entre as agências de informação e segurança, promover campanhas de literacia mediática entre os cidadãos e desenvolver um quadro jurídico comum para punir a disseminação de notícias falsas.
O ministro argelino da Comunicação, Muhammad Mezian, afirmou que "a Argélia enfrentou inúmeras tentativas de desestabilização através de campanhas enganosas nos meios de comunicação social", o que levou o país a desenvolver uma estratégia para reforçar os meios de comunicação social nacionais "como fonte de informação correta e para refutar as notícias falsas".
O ministro sublinhou a importância de construir uma "família mediática" em África, baseada em valores profissionais e éticos partilhados.
O seminário, que reúne representantes dos serviços de informação, segurança e comunicação de vários países africanos, decorre até 22 de abril e inclui conferências, bem como sessões de formação em cibersegurança.
O evento é organizado num contexto em que a Argélia tem denunciado várias campanhas de desinformação sobre conflitos de interesse internacional como o do Sahara Ocidental.