"Depois de alguma reflexão, aceitei continuar este projeto e enquanto o CDS estiver no Governo [Regional] lá estarei. Depois, em 2028, ou quando tiver de ser, lá avaliaremos novas opções", afirmou, em declarações à Lusa, o líder centrista, que é vice-presidente do executivo açoriano.

Em 2020, o CDS-PP elegeu três deputados à Assembleia Legislativa dos Açores, menos um do que na legislatura anterior, mas integrou, pela primeira vez, um governo na região, em coligação com PSD e PPM.

Nas eleições de 2024, antecipadas devido ao chumbo do orçamento regional, PSD, CDS-PP e PPM concorreram em coligação e venceram as eleições, ainda que sem maioria absoluta, e os centristas elegeram dois deputados.

Em 2021, no anterior congresso regional do CDS-PP, em que também foi o único candidato, depois de alguma contestação interna, Artur Lima foi eleito com 87,8%.

Na ocasião, admitiu que não contava concorrer novamente à liderança do partido, mas decidiu fazê-lo "por dever de consciência" e "de serviço aos outros".

"Não contava estar mais aqui hoje, porque tinha prometido à minha família que não estaria aqui, e só estou aqui, mais uma vez, por dever de consciência, por dever de serviço aos outros e por um dever de fazer melhor para a minha terra. Se o CDS não estivesse no Governo, eu não estaria aqui hoje, porque nada me motivava para estar aqui hoje", afirmou, no congresso realizado há quatro anos, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Volta agora a candidatar-se para dar "continuidade ao projeto" que iniciou quando entrou para o Governo Regional e em resposta ao "apelo de vários militantes e dirigentes".

Não espera "unanimidades, nem unanimismos", no congresso, mas garante que "o partido está muito unido neste momento".

"Há uma união muito grande em torno da liderança. Não houve mais nenhuma candidatura, o que é bom. Indica que o partido está unido e está coeso e indica que estamos preparados para eventuais embates políticos", salientou.

Segundo Artur Lima, nos últimos anos o partido reforçou os seus quadros, com "gente mais qualificada e mais jovem", que assegura a continuidade do CDS-PP nos Açores.

"Mantendo a nossa identidade, os nossos princípios, os nossos valores e a nossa diferenciação relativamente aos outros partidos, o CDS tem tudo para continuar a fazer a diferença na política de uma maneira geral e também no governo", vincou.

O líder centrista lembrou que em 2020 "pouca gente acreditava que o CDS ia sobreviver" nos Açores, até mesmo dentro do partido, mas não só elegeu três deputados como integrou pela primeira vez um governo na região.

"Em 2020, chegámos ao Governo, continuamos no Governo e, portanto, estamos revitalizados, fortes, prontos para os novos desafios e disponíveis para, com os nossos parceiros, encontrarmos soluções para melhorar a vida dos açorianos", salientou.

Médico dentista, Artur Lima, natural da ilha Terceira, foi deputado à Assembleia Legislativa dos Açores entre 2007 e 2020, ano em que integrou o executivo açoriano como vice-presidente do Governo Regional.

Aos 61 anos, mantém-se como vice-presidente do executivo, tutelando as áreas da cooperação externa, da promoção e captação de investimentos, da ciência e da transição digital.

O XI Congresso Regional do CDS-PP nos Açores decorre nos dias 22 e 23 de fevereiro na Escola Profissional da Praia da Vitória, na ilha Terceira.

A reunião magna dos centristas açorianos, que deverá reunir cerca de uma centena de militantes, conta com a participação do presidente do CDS-PP, Nuno Melo, que intervém no primeiro dia.

Além da moção de estratégia global, apresentada por Artur Lima, serão discutidas quatro moções setoriais.

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