Trump "ordenou aos republicanos que paralisassem o Estado", acusou a porta-voz da Presidência dos Estados Unidos, Karine Jean-Pierre, em comunicado divulgado na quarta-feira à noite.
A porta-voz pediu aos republicanos para se "deixarem de jogos políticos" e "manterem a palavra" antes do prazo final de sexta-feira à noite.
A reação da Casa Branca surgiu depois de Trump ter rejeitado o acordo, que considerou repleto de brindes aos democratas.
A posição de Trump aumenta o risco de uma paralisação do governo norte-americano pouco antes do Natal.
"Os republicanos devem ser inteligentes e resistentes. Se os democratas ameaçarem paralisar o governo, a menos que lhes demos tudo o que querem, então façam o vosso 'bluff'", disse Trump numa declaração conjunta com o vice-presidente eleito, JD Vance.
As negociações deixaram também clara a influência dos empresários Elon Musk e Vivek Ramaswamy, que passaram o dia a atacar a legislação orçamental por a considerarem repleta de gastos excessivos.
Musk e Ramaswamy, que participou nas primárias para a nomeação republicana, foram a escolha de Trump para liderar o novo departamento de eficiência governamental.
Sem o projeto de financiamento, ainda que temporário, os Estados Unidos vão encontrar-se numa situação de "shutdown", que significa o desemprego técnico para centenas de milhares de funcionários públicos, congelamento de várias prestações sociais e encerramento de diversas creches.
O financiamento dos serviços federais é um tema frequente de discórdia nos Estados Unidos, e agora até mesmo no campo republicano, onde se travam lutas internas entre conservadores moderados e apoiantes de Trump, que defendem um severo emagrecimento do Estado federal.
Em causa, estão mais de 100 mil milhões de dólares (cerca de 95 mil milhões de euros) em ajuda contra desastres naturais solicitados pelo Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, depois de dois furacões devastadores em setembro e outubro.
Os republicanos vão recuperar a maioria no Senado no início de janeiro, quando os recém-eleitos tomarem posse, enquanto Trump regressa à Casa Branca a 20 de janeiro.
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