Um avião comercial, com 64 pessoas a bordo, colidiu com um helicóptero militar, com três soldados a bordo, junto ao aeroporto da capital dos Estados Unidos, Washington e caiu no rio Potomac. As autoridades já confirmaram a existência de vítimas mortais na sequência do acidente e, de acordo com a BBC, foram retirados 19 corpos do rio gelado.
A partir do aeroporto Reagan, o reporter da BBC Carl Nasman, escreve que "dada a gravidade da colisão e as condições do rio, gelado, há a sensação de que os esforços (de resgate das vítimas do acidente) poderão ser inúteis".
Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma "mensagem de pesar" ao seu homólogo norte-americano pelas vítimas deste "dramático acidente aéreo" entre um avião civil e um helicóptero militar em Washington. "Neste momento difícil, o Presidente da República expressa as mais sentidas condolências aos familiares das vítimas e toda a sua solidariedade para com o povo e as autoridades norte-americanas”, lê-se na nota publicada na página oficial da presidência.
A companhia aérea American Airlines confirmou em comunicado que um avião da subsidiária regional PSA transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, depois de deslocar de Wichita, no estado de Kansas, no centro dos EUA. A federação norte-americana de patinagem artística indicou ter vários membros a bordo.
Atletas, treinadores e familiares estavam a regressar a casa depois de participarem numa iniciativa de desenvolvimento de âmbito nacional que decorreu em paralelo com o Campeonato de Patinagem Artística dos EUA, em Wichita, Kansas, entre 20 e 26 de janeiro, refere a federação. "Estamos devastados por esta tragédia indescritível e guardamos as famílias das vítimas nos nossos corações", afirma em comunicado. Os russos Evgenia Chichkova e Vadim Naumov, campões do mundo de patinagem artística em pares em 1994 , agora treinadores desta modalidade, também seguiam no avião, dizem as agências Ria Novosti e Tass.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse que três militares seguiam a bordo do helicóptero Sikorsky H-60 que colidiu com o avião, algo que descreveu, num comunicado, como um acidente.
A colisão aconteceu por volta das 21h00 (01h00 de hoje em Lisboa), quando o avião se aproximava do aeroporto de Washington, disse a Administração Federal de Aviação.
O acidente ocorreu numa zona onde há congestionamento do tráfego aéreo devido ao movimento de jatos e helicópteros e que coloca "grandes desafios" aos pilotos, indica o jornal The Washington Post.
O aeroporto da capital dos Estados Unidos, Washington, suspendeu todos os voos pelo menos até às 05h00 de sexta-feira (10h00 em Lisboa). "Todas as descolagens e aterragens (...) foram suspensas. O pessoal de emergência está a responder a um incidente aéreo na pista. O terminal permanece aberto", disse o aeroporto, na quarta-feira, numa mensagem na rede social X.
Os bombeiros e os serviços de emergência médica de Washington disseram que o avião caiu no rio Potomac perto do aeroporto e a imprensa refere que a aeronave se partiu. "Uma operação de busca e salvamento envolvendo várias agências está em curso no rio Potomac após um acidente de avião", escreveu a polícia da capital norte-americana, também na X.
Barcos insufláveis de resgate estavam a ser lançados no Potomac a partir de um ponto próximo do aeroporto, ao longo da autoestrada George Washington, a norte do aeroporto, mas as equipas de socorro estão enfrentar condições "extremamente difíceis", admitem as autoridades. Fontes citadas pela imprensa norte-americana indicam que dada a baixa temperatura da água do rio , a hipótese de sobrevivência dentro de água seria de cerca de 20 minutos..
As operações de socorro envolvem três centenas de pessoas, mas as equipas estão a enfrentar condições "extremamente difíceis", admitiram as autoridades.
A secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, disse na rede social X que as autoridades estão a mobilizar "todos os recursos disponíveis da Guarda Costeira dos EUA para os esforços de busca e salvamento" e sublinhou que estão a "acompanhar ativamente a situação" e preparados para apoiar o pessoal de emergência local.
"Posso confirmar que o Presidente [Donald] Trump foi informado sobre esta situação. Tragicamente, parece que um helicóptero militar colidiu com uma aeronave regional", disse a porta-voz da presidência, Karoline Leavitt à televisão Fox News.
Trump questiona torre de controlo
"Só posso dizer que os pensamentos e orações de toda a administração Trump estão com todos os envolvidos e pedimos ao público nesta área que se mantenha vigilante sobre as orientações da polícia e que lhes permita fazer o seu trabalho", concluiu Leavitt. "Deus os abençoe", disse, pouco depois, Trump, em comunicado, dizendo que tinha sido "totalmente informado do terrível acidente".
Mas o presidente disse também na sua rede Social Truth Social, que a colisão "deveria ter sido evitada". "O avião estava numa rota de aproximação perfeita para o aeroporto. O helicóptero estava a ir diretamente para o avião durante algum tempo. A noite estava clara, as luzes do avião estavam a brilhar, porque é que o helicóptero não subia ou descia, ou fazer uma curva", escreveu.
"Porque é que a torre de controlo não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se tinham visto o avião? Esta é uma situação terrível que deveria ter sido evitada", acrescentou.
Há 43 anos, a 13 de janeiro de 1982, um voo 90 da Air Florida que tinha partido do Aeroporto Nacional de Washington com destino a Fort Lauderdale também caiu no rio Potomac, depois de bater na 14th Street Bridge pouco depois da descolagem. o rio estava gelado e as 74 pessoas a bordo morreram no acidente, que provocou ainda 4 vítimas mortais em automóveis que circulavam na ponte.