Um avião comercial, com 64 pessoas a bordo, colidiu com um helicóptero militar, com três soldados a bordo, junto ao aeroporto da capital dos Estados Unidos, Washington e caiu no rio Potomac. As autoridades já admitiram que não há sobreviventes. De acordo com a BBC, foram encontrados 30 corpos até ao momento.

A partir do aeroporto Reagan, o reporter da BBC Carl Nasman, afirmou que "dada a gravidade da colisão e as condições do rio, gelado, há a sensação de que os esforços (de resgate das vítimas do acidente) poderão ser inúteis". Agora, as autoridades admitem que não há sobreviventes: "Não acreditamos que possa haver sobreviventes", disse um porta-voz referindo as condições climatéricas no local, com destaque para o vento, o frio e o gelo na água.

O foco da investigação às causas do acidente está nas "razões que levaram o helicóptero a voar naquela localização e naquela altitude naquele momento", indica a BBC.

Em conferência de imprensa, o secretário de Estado dos Transportes, Sean Duffy, sublinhou que as pessoas devem perceber que o facto de um helicóptero do exército dos EUA estar numa missão de treino "não significa que os pilotos tenham pouca experiência". Questionado pelos jornalistas sobre as declarações de Donald Trump de que o acidente era evitável, Duffy respondeu que é preciso aguardar "toda a informação", mas acrescentou: "Do que vi até agora, acho que isso era evitável? Absolutamente.".

Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma "mensagem de pesar" ao seu homólogo norte-americano pelas vítimas deste "dramático acidente aéreo" entre um avião civil e um helicóptero militar em Washington. "Neste momento difícil, o Presidente da República expressa as mais sentidas condolências aos familiares das vítimas e toda a sua solidariedade para com o povo e as autoridades norte-americanas”, lê-se na nota publicada na página oficial da presidência.

A companhia aérea American Airlines confirmou em comunicado que um avião da subsidiária regional PSA transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, depois de deslocar de Wichita, no estado de Kansas, no centro dos EUA. A federação norte-americana de patinagem artística indicou ter vários membros a bordo.

Expresso

Atletas, treinadores e familiares estavam a regressar a casa depois de participarem numa iniciativa de desenvolvimento de âmbito nacional que decorreu em paralelo com o Campeonato de Patinagem Artística dos EUA, em Wichita, Kansas, entre 20 e 26 de janeiro, refere a federação. "Estamos devastados por esta tragédia indescritível e guardamos as famílias das vítimas nos nossos corações", afirma em comunicado. Os russos Evgenia Chichkova e Vadim Naumov, campões do mundo de patinagem artística em pares em 1994 , agora treinadores desta modalidade, também seguiam no avião, dizem as agências Ria Novosti e Tass.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse que três militares seguiam a bordo do helicóptero Sikorsky H-60 que colidiu com o avião, algo que descreveu, num comunicado, como um acidente.

A colisão aconteceu por volta das 21h00 (01h00 de hoje em Lisboa), quando o avião se aproximava do aeroporto de Washington, disse a Administração Federal de Aviação.

O acidente ocorreu numa zona onde há congestionamento do tráfego aéreo devido ao movimento de jatos e helicópteros e que coloca "grandes desafios" aos pilotos, indica o jornal The Washington Post.


O aeroporto da capital dos Estados Unidos, Washington, suspendeu todos os voos pelo menos até às 05h00 de sexta-feira (10h00 em Lisboa). "Todas as descolagens e aterragens (...) foram suspensas. O pessoal de emergência está a responder a um incidente aéreo na pista. O terminal permanece aberto", disse o aeroporto, na quarta-feira, numa mensagem na rede social X.

Os bombeiros e os serviços de emergência médica de Washington disseram que o avião caiu no rio Potomac perto do aeroporto e a imprensa refere que a aeronave se partiu. "Uma operação de busca e salvamento envolvendo várias agências está em curso no rio Potomac após um acidente de avião", escreveu a polícia da capital norte-americana, também na X.

Barcos insufláveis de resgate estavam a ser lançados no Potomac a partir de um ponto próximo do aeroporto, ao longo da autoestrada George Washington, a norte do aeroporto, mas as equipas de socorro estão enfrentar condições "extremamente difíceis", admitem as autoridades. Fontes citadas pela imprensa norte-americana indicam que dada a baixa temperatura da água do rio , a hipótese de sobrevivência dentro de água seria de cerca de 20 minutos..

As operações de socorro envolvem três centenas de pessoas, mas as equipas estão a enfrentar condições "extremamente difíceis", admitiram as autoridades.

A secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, disse na rede social X que as autoridades estão a mobilizar "todos os recursos disponíveis da Guarda Costeira dos EUA para os esforços de busca e salvamento" e sublinhou que estão a "acompanhar ativamente a situação" e preparados para apoiar o pessoal de emergência local.

"Posso confirmar que o Presidente [Donald] Trump foi informado sobre esta situação. Tragicamente, parece que um helicóptero militar colidiu com uma aeronave regional", disse a porta-voz da presidência, Karoline Leavitt à televisão Fox News.

Trump questiona torre de controlo

"Só posso dizer que os pensamentos e orações de toda a administração Trump estão com todos os envolvidos e pedimos ao público nesta área que se mantenha vigilante sobre as orientações da polícia e que lhes permita fazer o seu trabalho", concluiu Leavitt. "Deus os abençoe", declarou, pouco depois, Trump, em comunicado, dizendo estar "totalmente informado do terrível acidente".

Mas o presidente disse também na sua rede Social Truth Social, que a colisão "deveria ter sido evitada". "O avião estava numa rota de aproximação perfeita para o aeroporto. O helicóptero estava a ir diretamente para o avião durante algum tempo. A noite estava clara, as luzes do avião estavam a brilhar, porque é que o helicóptero não subia ou descia, ou fazer uma curva", escreveu.

"Porque é que a torre de controlo não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se tinham visto o avião? Esta é uma situação terrível que deveria ter sido evitada", acrescentou.

Há 43 anos, a 13 de janeiro de 1982, um voo 90 da Air Florida que tinha partido do Aeroporto Nacional de Washington com destino a Fort Lauderdale também caiu no rio Potomac, depois de bater na 14th Street Bridge pouco depois da descolagem. o rio estava gelado e as 74 pessoas a bordo morreram no acidente, que provocou ainda 4 vítimas mortais em automóveis que circulavam na ponte.