
O Banco Central da Nigéria injetou quase 200 milhões de dólares (183 milhões de euros) no mercado para proteger o valor da moeda do país, o maior produtor de petróleo de África, após o aumento das tarifas norte-americanas.
A medida para proteger a moeda local, a naira, foi implementada depois do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado novas tarifas sobre as importações "levando a um período de ajuste nos mercados globais", disse o banco num comunicado.
Os receios de uma recessão económica global e consequente queda de cerca de 12% nos preços do petróleo bruto criou uma "nova dinâmica para os países exportadores de petróleo", refere o banco central nigeriano.
Para garantir "liquidez adequada e apoiar o funcionamento ordenado do mercado, o Banco Central da Nigéria facilitou a atividade do mercado na sexta-feira, 4 de abril de 2025, com a injeção de 197,71 milhões de dólares por meio de vendas a comerciantes autorizados", anunciou o banco central.
Na semana passada, Donald Trump impôs tarifas de 14% à Nigéria sobre as suas exportações para os Estados Unidos.
Mais de 90% das exportações da Nigéria para os Estados Unidos, avaliadas entre cinco e seis mil milhões de dólares (cerca de 4,6 a 5,5 mil milhões de euros) anuais, consistem em petróleo bruto, combustíveis, minerais e produtos de gás.
Jumoke Oduwole, ministro do Comércio da Nigéria, disse que, a fim de combater os efeitos das novas tarifas, a Nigéria planeia implementar várias medidas políticas, incluindo a expansão do acesso ao mercado e a diversificação da oferta para reduzir os riscos comerciais.
As tarifas também fortalecerão a determinação da Nigéria em impulsionar as exportações não petrolíferas, ao mesmo tempo em que enviam uma mensagem forte à África, melhorando assim o "comércio intra-africano", acrescentou.