O Governo do Bangladesh decidiu prolongar o recolher obrigatório por mais um dia, enquanto as comunicações no país continuam cortadas, numa tentativa de conter os distúrbios decorrentes dos protestos estudantis, que causaram já mais de 100 mortos.

O prolongamento das restrições de movimentação imposto pelo Governo liderado pela primeira-ministra Sheikh Hasina contempla duas horas de relaxamento, entre as 15:00 e as 17: 00 horas locais, para que os cidadãos comprem ou tenham acesso a bens de primeira necessidade, segundo indica a ordem do recolher obrigatório.

As manifestações quase diárias convocadas no início de julho principalmente por estudantes destinam-se a obter o fim das quotas de admissão no funcionalismo público, com mais de metade reservadas a grupos específicos, em particular aos filhos dos veteranos da guerra de libertação do país contra o Paquistão em 1971 e que favorecem as elites próximas do poder.

Os protestos subiram de tom nos últimos dias e representam o maior desafio para a primeira-ministra, Sheikh Hasina, desde que conquistou o quarto mandato consecutivo, em janeiro, num ato eleitoral boicotado pelos principais grupos de oposição.

Na sexta-feira, o Bangladesh impôs o recolher obrigatório em todo o país, tendo agora decidido prolongá-lo por mais um dia, e mobilizou o exército para garantir a segurança.