O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considera que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não está a fazer o suficiente para alcançar um acordo para a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas em Gaza. Questionado à entrada para uma reunião com negociadores norte-americanos que trabalham para os libertar – após a morte de seis, incluindo um cidadão israelo-norte-americano – se pensa que Netanyahu está a “fazer o suficiente” para obter um acordo, Biden respondeu: “Não.”

Durante o encontro, o Presidente e a vice-presidente Kamala Harris debateram “iniciativas para chegar a um acordo que garanta a libertação dos restantes reféns”, segundo um comunicado oficial. Em Israel, familiares de reféns e dezenas de cidadãos bloquearam estradas e cruzamentos de forma intermitente, em protesto contra a ausência de um cessar-fogo no conflito. “Peço perdão por não os ter trazido de volta vivos. Estivemos perto, mas não tivemos sucesso”, afirmou Netanyahu em conferência de imprensa.

O dia de greve geral em Israel terminou mais cedo, por ordem da justiça, com pouca adesão, apesar dos protestos contra o Governo. O Tribunal do Trabalho israelita ordenou a antecipação do fim da greve nacional na sequência de um pedido do Ministério Público, alegando que um recurso tinha natureza política e não respondia a uma exigência laboral.

Instituições de ensino, seis bancos e algumas empresas apoiaram a greve, que ficou marcada pela normalidade nas ruas de cidades como Jerusalém e Telavive. O Aeroporto Internacional Ben Gurion, na capital israelita, interrompeu as partidas de voos durante apenas duas horas.

Mais notícias do dia:

⇒ O porta-voz do braço militar do Hamas advertiu que a falta de cedências do primeiro-ministro israelita sobre o conflito fará com que os restantes reféns na posse de movimento islamita palestiniano acabem mortos. Abu Obeida indicou igualmente, através do Telegram, que os guerrilheiros do Hamas receberam novas instruções sobre a forma de tratar os prisioneiros caso as tropas israelitas se aproximem.

⇒ Netanyahu afirmou que mantém a intenção de controlar o Corredor de Filadélfia, entre a Faixa de Gaza e o Egito, um dos pontos de bloqueio nas negociações com o Hamas. “Alcançar os objetivos da guerra passa pelo Corredor de Filadélfia. O controlo do Corredor de Filadélfia garante que os reféns não serão contrabandeados para fora de Gaza”, declarou o primeiro-ministro israelita na conferência de imprensa em que pediu perdão aos familiares.

⇒ Israel considera que a morte de seis reféns pelo Hamas em Gaza é “um aviso” a Espanha e Irlanda e apelou aos governos dos dois países para “reverterem o passo perigoso” de reconhecimento do Estado palestiniano. “Um Estado palestiniano será controlado pelo Hamas, apoiado pelo Irão e tornar-se-á uma ditadura islâmica radical, ameaçando Israel e as nações moderadas da região”, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, nas redes sociais.

⇒ O Reino Unido vai impor uma proibição parcial da exportação de armas para Israel devido ao risco de violação do direito humanitário, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros. David Lammy justificou com um parecer jurídico que aponta para um “risco claro” de que algumas exportações do Reino Unido para Israel possam ser utilizadas para “cometer ou facilitar uma violação grave do direito humanitário internacional” em Gaza. O ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, manifestou-se "profundamente desiludido" com o anúncio.

⇒ Duas pessoas foram mortas num ataque israelita contra um veículo no sul do Líbano, incluindo um colaborador das Nações Unidas, de acordo com a missão internacional destacada no país, anunciou o Ministério da Saúde libanês. A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), situada na fronteira com Israel, anunciou que uma das vítimas era funcionário de uma empresa de limpeza contratada pela missão e reiterou o apelo ao fim dos ataques contra civis.

⇒ Um navio mercante foi atingido por “projéteis desconhecidos” na costa do Iémen, onde operam os rebeldes xiitas hutis, informou a marinha britânica, garantido que os membros da tripulação estão em segurança. O ataque ocorreu no Mar Vermelho, a cerca de 70 milhas náuticas da região iemenita de Saleef.

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