"Tenho confiança no Presidente Aoun. Acredito firmemente que ele é o líder certo para este período", declarou hoje o Presidente cessante, Joe Biden, numa declaração.

O Conselho de Segurança da ONU também saudou a eleição do General Aoun, que "termina mais de dois anos de vazio neste importante cargo".

Os membros do Conselho sublinharam "a importância da eleição de um Presidente no Líbano para garantir o pleno funcionamento das instituições do Estado e para fazer face aos desafios económicos e de segurança urgentes", afirmou o embaixador argelino, Amar Bendjama, que preside ao Conselho em janeiro.

O Conselho reiterou o seu "apoio à integridade territorial, à soberania e à independência política" do Líbano e destacou a importância para a "estabilidade" do país.

"Este é um passo crucial para ultrapassar o impasse político e institucional no Líbano", congratulou-se o secretário-geral da ONU, António Guterres, informou o seu porta-voz, e apelou à "rápida formação de um novo governo".

O general Joseph Aoun, comandante-em-chefe do exército libanês e eleito para a presidência pelo parlamento, comprometeu-se a realizar rapidamente consultas para nomear um primeiro-ministro, com o intuito de retirar o país da sua paralisia política.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, expressou também os seus votos de "sucesso" ao recém-eleito Presidente libanês e "concordou" em visitar o Líbano "muito em breve", anunciou o Eliseu num comunicado de imprensa.

A França "continuará a estar ao lado do Líbano e do seu povo", reiterou Macron, relembrando que França já estava "fortemente mobilizada" há mais de dois anos para ajudar o Líbano a sair do seu "vazio institucional".

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, felicitou igualmente o novo Presidente libanês e afirmou esperar trabalhar em conjunto no caminho "para a estabilidade" no Líbano.

"Felicito o General Joseph Aoun pela sua eleição como Presidente do Líbano", escreveu David Lammy na rede social X.

"Espero trabalhar com o seu governo para apoiar a estabilidade e a prosperidade do Líbano", reiterou.

O comandante-em-chefe do exército libanês foi eleito Presidente pelo parlamento após mais de dois anos de vacância na chefia do Estado, o que agravou as crises económica e política em que o país está mergulhado.

O novo chefe de Estado foi eleito na segunda volta com 99 votos dos 128 deputados.

A eleição ocorreu após 12 tentativas falhadas, devido ao impasse legislativo entre os blocos liderados pelo movimento xiita libanês Hezbollah e os seus opositores, que foi finalmente quebrado no âmbito do cessar-fogo acordado no final de novembro com Israel e perante a pressão internacional para pôr fim ao vazio na presidência.

Nas semanas anteriores à eleição, vários diplomatas ocidentais reuniram-se em privado com o General e ainda com o presidente da Assembleia, Nabih Berri, líder do partido xiita Movimento Amal e aliado do Hezbollah.

O militar é chefe das forças armadas libanesas desde 2017 e, durante o cargo, liderou a luta contra o Estado Islâmico (EI) na fronteira com a Síria, impedindo a entrada do grupo terrorista no Líbano, o que lhe valeu uma reputação respeitada por todo o país.

É também conhecido por fazer frente ao "status quo" político, por exemplo, na luta pelo aumento salarial e qualidade de vida para os soldados que foram afetados fortemente pela crise económica.

Durante o último ano e meio de guerra, o General também foi elogiado pela gestão das tropas no sul do Líbano, atacado violentamente por Israel, e por ter ajudado a facilitar o acordo de cessar-fogo com Israel.

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