"Grande parte do mundo está a unir-se para pedir um cessar-fogo de 21 dias para nos dar algum tempo e espaço para ver se conseguimos encontrar uma solução diplomática", disse Blinken em entrevista à estação televisiva MSNBC a partir de Nova Iorque, onde participa na 79.ª Assembleia-Geral da ONU.

O secretário de Estado sublinhou que a diplomacia é "a melhor forma" de garantir que os libaneses e israelitas que tiveram de abandonar as suas casas perto da fronteira possam regressar.

Uma guerra em grande escala, por outro lado, seria "má para todos", acrescentou o chefe da diplomacia de Washington, que apelou a Israel para não cair na "armadilha" do Irão, aliado do Hezbollah no Líbano e do grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

Segundo Blinken, o Governo iraniano está a tentar "mergulhar Israel em várias guerras de desgaste, seja no norte do Líbano, em Gaza ou noutros locais da região".

Os Estados Unidos e países aliados como o Canadá, a França e a Alemanha divulgaram na quarta-feira uma declaração conjunta, apelando para um cessar-fogo de 21 dias na fronteira entre Israel e o Líbano.

O gabinete do primeiro-ministro israelita negou hoje relatos de que poderia aceitar a proposta de cessar-fogo e disse que os combates vão continuar.

"As notícias sobre um cessar-fogo são incorretas. Esta é uma proposta franco-americana, à qual o primeiro-ministro nem sequer respondeu", referiu um comunicado do gabinete de Benjamin Netanyahu.

Os receios de uma possível invasão terrestre do sul do Líbano aumentaram nas últimas horas depois de o Exército israelita ter anunciado que estava a fazer preparativos nesse sentido.

Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 07 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.

Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.

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