O chefe da diplomacia europeia manifestou esta quinta-feira apoio ao secretário-geral das Nações Unidas, depois de ter sido declarado 'persona non grata' pelo Governo israelita, e lamentou os "ataques injustificados" que António Guterres sofre.
"Apoiamos o secretário-geral da ONU, António Guterres, nos seus esforços incansáveis para alcançar a paz em todos os conflitos e particularmente no Médio Oriente", disse Josep Borrell na rede social X (antigo Twitter).
O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança lamentou ainda "os ataques injustificados contra si, bem como o número inaceitável de vítimas entre o pessoal humanitário das Nações Unidas" na Faixa de Gaza.
Guterres declarado 'persona non grata'
A decisão foi anunciada na quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, por Guterres alegadamente não ter condenado o ataque do Irão a Israel na noite de terça-feira.
"Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos", disse Katz, num comunicado.
Na terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente "com escalada após escalada" e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.
"Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo", frisou o ex-primeiro-ministro português, através da rede social X.
A publicação de Guterres surgiu pouco depois do início de um ataque com mísseis do Irão contra Israel.
"Em resposta ao martírio de [Ismail] Haniye, de Hassan Nasrallah e do mártir [Abbas] Nilforushan [ex-comandante da Guarda Revolucionária iraniana morto na sexta-feira em Beirute], atacámos o coração dos territórios ocupados", declarou a Guarda Revolucionária do Irão, num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal ISNA.
Guterres já se tinha manifestado "extremamente preocupado" com a escalada do conflito no Líbano, pedindo respeito pela "soberania e integridade territorial" deste país, horas depois de as Forças de Defesa de Israel terem iniciado uma ofensiva terrestre para deter a ameaça da milícia xiita Hezbollah, cujo líder, Hassan Nasrallah, foi morto na sexta-feira num bombardeamento israelita em Beirute.