Entre os brasileiros que terão entrado ilegalmente nos Estados Unidos por ação do grupo criminoso suspeito estavam 227 menores de 18 anos.

Num comunicado, a autoridade policial informou que foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva nas cidades de Ipatinga e Bugre.

 A Justiça brasileira também determinou a apreensão de bens móveis e imóveis dos investigados, até ao limite de 62,6 milhões de reais (10 mil milhões de euros).

A Polícia Federal explicou que a investigação teve início a partir de informações sobre um pai e o filho que enviavam brasileiros para a América Central, facilitando a entrada ilegal nos Estados Unidos.

Os suspeitos cobravam entre 15 mil dólares (13,8 mil euros) e 21 mil dólares (19,4 mil euros) por pessoa, aceitando veículos como pagamento, transferidos via procurações registadas em cartório para revenda.

De acordo com a polícia, os investigados chegaram a alugar um armazém para armazenar os veículos e estruturaram uma empresa para comercializar os bens, visando quitar a dívida pelos serviços ilegais prestados.

A investigação da Polícia Federal também revelou que os 'coiotes' (pessoas que guiam imigrantes que tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos) organizavam viagens para grupos inteiros de migrantes ilegais, incluindo menores de 18 anos, garantindo transporte, passagens e hospedagem até à travessia para os Estados Unidos.

Pai e filho mantinham contactos com autoridades mexicanas para evitar deportações e contratavam 'coiotes' locais. As vítimas pagavam pelos serviços com veículos, imóveis ou transferências via contas de familiares.

De acordo com a polícia brasileira, os suspeitos investigados poderão responder pelo crime de contrabando de migrantes e pelo crime de promover ou auxiliar o envio de crianças ou adolescentes para o exterior incumprindo as formalidades legais.

 

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