A Câmara Municipal de Lisboa esclareceu esta segunda-feira que, na sexta-feira, realojou 55 pessoas, que estavam a pernoitar em tendas junto à igreja dos Anjos, assegurando que todas se encontram agora em locais condignos.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a Câmara de Lisboa, presidida por Carlos Moedas (PSD), refere que a operação "foi comunicada às pessoas em situação de sem-abrigo que se encontravam no local com um aviso prévio de vários dias", tendo sido dada a possibilidade de levarem consigo todos os seus pertences.
"Todos os realojados foram transportados num autocarro com as suas bagagens. Foram ainda guardadas bagagens e haveres pessoais de pessoas que se encontrariam a viver no local, mas que estavam a trabalhar ou ausentes, para posterior entrega", indica a autarquia lisboeta.
A Câmara de Lisboa assegura ainda que as condições dadas às pessoas que foram realojadas "são condignas", encontrando-se a pernoitar "em locais com acesso a duche e divisão de género".
"Um dos critérios de escolha desses locais foi o da proximidade de transportes públicos e de todos os equipamentos sociais de apoio aos realojados, nomeadamente de fornecimento de alimentação", explica o município, acrescentando que todas as pessoas retiradas do jardim da Igreja dos Anjos terão um acompanhamento social "contínuo e individualizado".
A autarquia sublinha ainda que a ação de sexta-feira junto à igreja dos Anjos se enquadra "num trabalho que vem sendo desenvolvido no local, tendo já anteriormente encaminhado cerca de 30 pessoas em situação de sem-abrigo para "várias respostas de alojamento temporário".
"De referir que o número de pessoas que ali se encontrava a pernoitar era oscilante, com algumas entradas e saídas ao longo dos tempos", ressalva o município.
Os esclarecimentos da Câmara de Lisboa surgem após críticas e pedidos de esclarecimento por parte de partidos da oposição.
Num requerimento, com data de domingo, os vereadores do PCP na Câmara Municipal de Lisboa questionaram Carlos Moedas sobre a intervenção desenvolvida nos Anjos e sobre quais as instituições envolvidas.
Os comunistas questionam ainda o município sobre a veracidade de alguns relatos que davam conta da falta de condições dos alojamentos em que as pessoas foram realojadas e também do extravio de alguns pertences.
No sábado, numa intervenção nas comemorações da Implantação da República, Carlos Moedas anunciou que a autarquia tinha conseguido resolver a situação dos imigrantes que estavam a viver há vários meses junto à igreja dos Anjos, na freguesia de Arroios.
Com LUSA