A campanha, que tem como meta divulgar mais de 1,3 milhões de 'tags' com a mensagem #haunitatimorleste -- número aproximado da população do país -- quer capitalizar no facto de Timor-Leste estar isolado para fomentar o turismo doméstico, tanto de timorenses como estrangeiros.
A iniciativa foi lançada hoje pelo ministro do Turismo, Comércio e Indústria Timorense, José Lucas da Silva, e pela embaixadora dos Estados Unidos em Díli, Kathleen Fitzpatrick, com o arranque de uma feira de turismo que culminará com a apresentação dos primeiros prémios aos "Campeões do Turismo".
Reiterando a importância das parcerias com o setor privado para o desenvolvimento do turismo timorense, Lucas da Silva disse que esse trabalho é "crucial" tanto na promoção doméstica como internacional.
Fitzpatrick saudou o esforço dos operadores do setor privado nos últimos anos para promover o turismo do país, especialmente em setores como o mergulho, o mar e o turismo de aventura.
Destacando a beleza natural do país, Fitzpatrick sublinhou a importância da biodiversidade marinha, que é já um dos principais atrativos nacionais e internacionais do ainda emergente setor.
A campanha está a ser promovida pelo projeto Tourism for All (Turismo para Todos) da cooperação dos Estados Unidos, a USAID e o Governo, para reforçar as parcerias no setor, maximizar o potencial dos turistas domésticos e mostrar "que o turismo é uma questão de todos".
Com o país fechado a voos comerciais e restrições devido à pandemia da covid-19, a aposta é incentivar o turismo doméstico, com ações de promoção internas, procurando mostrar que "o turismo envolve o setor hoteleiro, marinho e de viagens, mas também os restaurantes e cafés".
Com a população timorense a viajar mais do que nunca, a campanha aposta igualmente na promoção da ideia de "amor ao país, através do turismo" e de "orgulho nacional mostrando os locais, os costumes, as tradições e os destinos mais ou menos conhecidos".
A 'tag' #hauniatimorleste pretende criar uma mensagem unificada do mercado, em que cada um pode fazer as suas campanhas, mas num esforço conjunto de 'marketing' global", segundo os promotores.
A campanha inclui viagens com jornalistas -- uma primeira foi já realizada à ilha de Ataúro, para a qual a Lusa foi convidada -- e várias iniciativas em setembro em torno ao Dia Mundial do Turismo, com uma exposição, mostra e uma gala no sábado, onde serão entregues prémios aos "campeões" do setor.
Apesar de sucessivos Governos timorenses insistirem no setor do turismo como um dos importantes para a diversificação económica do país, os investimentos públicos nesta área têm sido praticamente nulos.
Operadores privados deparam-se com falta de apoio governamental, inclusive a nível de infraestruturas básicas como pontões para acesso a navios de recreio, melhores serviços de eletricidade em zonas mais frequentadas, como a ilha de Ataúro.
A proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020, atualmente a ser debatida no Parlamento Nacional, não dedica qualquer valor a infraestruturas turísticas e prevê apenas 700 mil dólares (595 mil euros) de gastos em 2021.
O próprio Ministério do Turismo, Comércio e Indústria tem apenas previsto um orçamento este ano de 4,3 milhões de dólares (3,6 milhões de euros), com mais de um terço desse valor em salários e vencimentos e grande parte no funcionamento interno.
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