O cancro da mama é uma das doenças oncológicas que mais incidência tem, em todo o mundo, sendo a neoplasia maligna mais diagnosticada em mulheres e a segunda que mais mortes causa em Portugal.

De acordo com as estatísticas mais recentes, 1 em cada 9 mulheres que viva até aos 80 anos terá cancro da mama. Não é, contudo, a ideia com que ficamos se olharmos para as percentagens verificadas em Portugal e no mundo, já que, só em 2018, a incidência desta doença oncológica aumentou cerca de 4%.

Em Portugal, cerca de 1% de todos os cancros da mama são no homem.


9 mil

novos casos de cancro da mama são diagnosticados anualmente e, mais de 2 mil mulheres morrem com esta doença

Prevenção e rastreio

No caso particular do cancro da mama,a idade para a realização de rastreio baixou, recentemente, para os 45 anos. A Direção-Geral da Saúde (DGS) vai assim atualizar as normas de rastreio, cumprindo as recomendações da União Europeia. O novo protocolo estenderá também a faixa etária de rastreio até aos 74 anos. A secretária de Estado da Saúde destacou à Lusa que o diagnóstico precoce é essencial, numa altura em que se regista um aumento de casos em mulheres mais jovens (aumento ronda os 3,5% em mulheres jovens).

Com esta mudança, todas as mulheres a partir dos 45 anos, inscritas nos centros de saúde, terão acesso gratuito a mamografias, facilitando a deteção precoce da doença. “As recomendações que tivemos até agora (rastreio para mulheres entre os 50 e os 70 anos) resultaram de estudos feitos nos anos setenta e oitenta, alguns até anteriores”, lembra José Luís Passos Coelho, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia. Nesse sentido, é preciso olhar para a realidade e contexto atuais, concordam os peritos, considerando este alargamento do rastreio a pessoas mais jovens um passo acertado. Esta é uma das conclusões do mais recente debate sobre cancro da mama, na antena sa SIC Notícias que pode ser visto ou revisto AQUI.

Prevenir através da implementação de estilos de vida saudáveis também é fulcral, segundo os especialistas: ter uma dieta adequada, não fumar, não beber álcool em excesso, fazer exercício físico são algumas das medidas que os portugueses devem adotar, não só para prevenir este tipo de cancro, mas grande parte das doeças oncológicas.

Sintomas

O cancro da mama pode causar alterações físicas visíveis, que devem ser observadas com atenção. A Liga Portuguesa Contra o Cancro destaca os seguintes sinais:

  • Qualquer alteração na mama ou no mamilo, quer no aspecto quer na palpação;
  • Qualquer nódulo ou espessamento na mama, perto da mama ou na zona da axila;
  • Sensibilidade no mamilo;
  • Alteração do tamanho ou forma da mama;
  • Retracção do mamilo (mamilo virado para dentro da mama);
  • Pele da mama, aréola ou mamilo com aspecto escamoso, vermelho ou inchado; pode apresentar saliências ou reentrâncias, de modo a parecer "casca de laranja".
  • Secreção ou perda de líquido pelo mamilo.

Apesar dos estadios iniciais do cancro não causarem dor, se sentir dor na mama ou qualquer outro sintoma que não desapareça, deve consultar o médico. Na maioria das vezes, estes sintomas não estão associados a cancro, mas é importante ser vista pelo médico, para que qualquer problema possa ser diagnosticado e tratado atempadamente.

Fatores de risco

  • Sexo (este tipo de tumor afeta quase maioritariamente pessoas do sexo feminino);
  • Idade (à medida que os anos avançam, maior é o risco);
  • Hereditariedade (5 a 10% são de origem hereditária. A causa mais comum do cancro da mama hereditário é uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2);
  • Fatores hormonais (mulheres que tiveram a primeira menstruação antes dos 12 anos ou menopausas mais tardias - após os 55 anos - também têm uma maior predisposição que resulta da exposição mais prolongada às hormonas femininas);
  • Maternidade (a medicina já provou que as mulheres que nunca tiveram filhos ou tiveram o primeiro depois dos 30 anos têm um risco acrescido de desenvolver cancro da mama);
  • Etnia (As mulheres caucasianas manifestam uma maior predisposição para este tipo de neoplasia);
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Excesso de peso;
  • Uso prolongado da pílula;
  • Tabagismo.

Tratamentos

As mulheres com cancro da mama têm várias opções de tratamento. Estes tratamentos incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapêutica hormonal e terapêuticas dirigidas.

Na maioria dos casos, o factor mais importante, na escolha do tratamento, é o estadio da doença.

Muitas mulheres recebem mais do que um tipo de tratamento. Adicionalmente, em qualquer estadio da doença podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.

Saiba mais no site da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

No vídeo abaixo, Catarina Rodrigues dos Santos, hoje coordenadora da Unidade da Mama da CUF Lisboa e ex-coordenadora da Clínica da Mama do IPO de Lisboa, explica - no Check-Up Seguro - quais são os fatores de risco associados a esta doença, os sintomas, os tratamentos e os efeitos dos mesmos.